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Valor de mercado do bitcoin chega a US$ 1 trilhão mais rápido do que Amazon e Google

Alta do bitcoin para US$ 55 mil leva sua capitalização de mercado acima de US$ 1 trilhão, feito que levou décadas para as gigantes de tecnologia

 (Jirapong Manustrong/Getty Images)

(Jirapong Manustrong/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 17h24.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2021 às 17h30.

A capitalização de mercado do bitcoin ultrapassou o nível de 1 trilhão de dólares nesta sexta-feira, 19. O marco ocorre menos de um ano depois da sua capitalização de mercado cair abaixo de  100 bilhões dólares, no "crash" da pandemia, no momento em que o preço da criptomoeda chega a 55 mil dólares, e acontece em menos tempo do que outros ativos com valor de mercado na casa do trilhão, como Amazon, Google e Microsoft.

Capitalização do Bitcoin em dólares. Fonte: TradingView

É um acontecimento relevante no setor financeiro, já que apenas alguns poucos ativos alcançaram esse status. Embora o bitcoin tenha começado como uma mera curiosidade em 2009, levou apenas 12 anos para se tornar um ativo global com uma capitalização de mercado de 1 trilhão de dólares.

Para aqueles que não estão familiarizados com o histórico de preço do bitcoin, 10 mil BTC foram leiloados no fórum BitcoinTalk, em março de 2010, por 50 dólares, e nenhum comprador foi encontrado. Dois meses depois, Laszlo Hanyecz comprou duas pizzas por 10 mil BTC, e o resto é história.

Assim, durante seus primeiros 16 meses de existência, o bitcoin foi algo entre um colecionável sem valor monetário e um experimento entre entusiastas.

Ouro e prata têm história muito mais antiga

 

Classificação de ativos globais por capitalização de mercado. Fonte: 8marketcap.com

De acordo com o site 8marketcap, além do bitcoin, existem apenas sete ativos negociáveis ​​com uma capitalização de mercado superior a 1 trilhão de dólares. Naturalmente, ouro e prata estão na lista, pois são sinônimos de dinheiro e têm servido como reserva de valor por mais de 4 mil anos.

Embora não seja mais usado para fabricação de moedas nem seja mais usado como reserva para moedas fiduciárias, o ouro continua sendo amplamente usado por bancos centrais, fundos mútuos e investidores de varejo. E, enquanto os metais preciosos têm a vantagem de possuir um suprimento relativamente constante, a capacidade de muitas empresas de gerar lucros está evoluindo.

A Amazon, por exemplo, foi fundada em julho de 1994 como uma loja online de livros. Hoje, o conglomerado gigante lucra com computação em nuvem, streaming digital, produções de cinema e televisão, gadgets, supermercados, e-commerce e inteligência artificial.

Em junho de 1996, a Amazon levantou 8 milhões de dólares em capital inicial e, no mesmo ano, a empresa teve prejuízo de 5,8 milhões, embora sua receita do quarto trimestre tenha dobrado em relação ao período anterior. O IPO da Amazon, em maio de 1997, tinha uma faixa de preço inicial de 12 a 14 dólares, mas se fixou em 18 dólares, o que avaliou a empresa em 438 milhões de dólares.

A Amazon levou 27 anos para atingir uma capitalização de mercado de 1 trilhão de dólares. Enquanto isso, a Microsoft, fundada em abril de 1975, ultrapassou a marca apenas depois de 45 anos de exsitência, em junho de 2019. Para o Google, lançado em setembro de 1998, foram necessários 22 anos, e, em janeiro de 2020, a empresa ultrapassou a marca de 1 trilhão de dólares em valor de mercado.

O bitcoin vai ultrapassar o ouro?

A capitalização de mercado do ouro ultrapassou 1 trilhão de dólares em 1972, de acordo com os números ajustados pela inflação. Esse preço seria equivalente a 450 dólares por onça, quebrando uma tendência de baixa iniciada em 1939 pela Segunda Guerra Mundial.

Antes de especular se o bitcoin vai ultrapassar a capitalização de mercado do ouro e seu status como reserva global de valor, é importante considerar que avaliar um ativo de tecnologia multifacetado como o bitcoin é uma comparação bastante injusta com os investimentos tradicionais.

O bitcoin é um repositório digital de valor, que funciona simultaneamente como uma rede de pagamento ponto a ponto. Além disso, suas características de resistência à censura não podem ser imitadas por ativos dependentes de terceiros.

Por último, ao contrário do ouro, o bitcoin é um protocolo e um banco de dados compartilhado programável. Se, de alguma forma, a computação quântica se tornar capaz de quebrar a criptografia SHA-256, a rede pode auto-organizar uma solução, mesmo que seja temporária.

Em agosto de 2010, 92 bilhões de bitcoins foram extraídos depois que um bug na rede foi explorado. A solução envolveu toda a rede concordando com um rollover, o que provou que o consenso de segurança final está em sua base de usuários.

Como os entusiastas do ouro reagiriam se a mineração de asteróides se tornasse uma realidade? E se um suprimento de ouro falso extremamente "autêntico" e caro entrasse no mercado, fazendo com que os testes em massa se tornassem uma necessidade para todas as negociações? Essas são questões com as quais os investidores de bitcoin nunca terão que se preocupar.

As empresas, por outro lado, correm riscos de fraudes, ofertas subsequentes consideráveis, responsabilidades e possíveis alterações regulatórias. Enquanto isso, os protocolos descentralizados estão virtualmente livres desses perigos, o que justifica uma valorização muito maior no caso do bitcoin.

Para se tornar um ativo de vários trilhões de dólares, o bitcoin parece ter um caminho muito mais fácil do que o ouro, a prata ou as ações de empresas de tecnologia. Por exemplo, o mercado imobiliário mundial é estimado em cerca de 280 trilhões de dólares, de acordo com dados da Visual Capitalist.

Quanto do mercado imobiliário e de dívida (títulos) poderia mudar para o bitcoin permanece uma questão em aberto.

As visões e opiniões expressas aqui são exclusivamente do autor e não refletem necessariamente as visões da EXAME. Todo movimento de investimento e negociação envolve risco. Você deve conduzir sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.

por Cointelegraph Brasil

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