Criptoativos

El Salvador quer minerar bitcoin com energia produzida a partir de vulcões

Presidente salvadorenho quer oferecer energia produzida por geotérmicas estatais para empresas interessadas em minerar bitcoin no país

Usina geotérmica da LaGeo, em El Salvador (Nayib Bukele / Twitter/Reprodução)

Usina geotérmica da LaGeo, em El Salvador (Nayib Bukele / Twitter/Reprodução)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 10 de junho de 2021 às 11h35.

Última atualização em 10 de junho de 2021 às 11h42.

Depois de aprovar a lei que torna o bitcoin uma moeda de curso legal no país, El Salvador agora quer se transformar em um importante centro de mineração da criptomoeda. Para isso, o governo pretende oferecer energia renovável, produzida a partir de vulcões, com custo reduzido.

"Acabo de orientar o presidente da LaGeo (estatal que controla as usinas geotérmicas do país) para criar um plano para oferecer nossa estrutura para a mineração de bitcoin com energia muito barata, 100% limpa, 100% renovável, sem emissão [de carbono] a partir dos nossos vulcões. Isso vai evoluir rápido!, disse o presidente Nayib Bukele, em uma publicação no Twitter.

A LaGeo, controlada pelo governo salvadorenho, tem duas usinas geotérmicas no país, que produzem energia a partir do calor produzido pelos vulcões das regiões de Ahuachapán and Usulután. No entanto, a empresa já anunciou planos para construir novas usinas em outras localidades.

Quase 68% da energia produzida em El Salvador vem de fontes renováveis. As geotérmicas, responsáveis por 20% da energia do país, têm, segundo o governo, potencial para produzir 644 megawatts, mas atualmente apenas um terço disso tem sido utilizado.

"Nossos engenheiros acabam de me informar que cavaram um novo poço, que fornecerá aproximadamente 95 MW de energia geotérmica 100% limpa e com emissão zero de nossos vulcões. Começando a projetar um centro de mineração #Bitcoin completo em torno dele", disse o presidente, horas depois da primeira publicação.

Com as discussões sobre impacto ambiental do bitcoin, a iniciativa salvadorenha pode atrair investidores de outras partes do mundo. Além de utilizar energia renovável e, portanto, garantir a mineração sustentável da criptomoeda, o baixo custo pode ser um importante atrativo, já que é um dos principais custos para as empresas que atuam no setor.

Recentemente, Elon Musk decidiu suspender o uso de bitcoin como método de pagamento disponibilizado pela Tesla, alegando preocupações em relação ao meio ambiente. Depois, criou o "Conselho de Mineração de Bitcoin", em parceria com Michael Saylor e empresas de mineração, com o objetivo de promover iniciativas que ajudem a tornar a iniciativa mais limpa e sustentável.

Atrair empresas de mineração de bitcoin pode levar grandes quantias de dinheiro para El Salvador. O setor tem receitas de mais de 1,2 bilhão de dólares (6 bilhões de reais) por mês, chegando a obter receitas de 1,5 bilhão de dólares (7,5 bilhões de reais) no pico de março - o valor equivale a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) salvadorenho.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o seu funcionamento. Confira.

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasEl SalvadorEnergia elétricaEnergia renovávelGeração de energiaSustentabilidade

Mais de Criptoativos

Trump anuncia NFTs colecionáveis de si mesmo

Criptomoedas: o que muda com a regulamentação das moedas virtuais aprovada pelo Congresso