(SOPA Images/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 16h45.
Última atualização em 8 de fevereiro de 2021 às 16h56.
A Bolsa de Valores de Chicago (CME) lançou, na noite do último domingo, 7, a negociação de contratos futuros de ether (ETH), o criptoativo da rede Ethereum. Anunciado em dezembro, o mercado pode atrair investidores institucionais, que preferem se expor em plataformas regulamentadas pelo CFTC, o que não ocorre com as exchanges de criptoativos.
No início desta segunda-feira, a CME já tinha negociado 77 contratos futuros de ETH. Cada contrato possui 50 ETHs, o que, na cotação atual, equivale a cerca de 82 mil dólares. Isso significa que, no dia de estreia, foram cerca de 6,5 milhões de dólares negociados na plataforma.
Os contratos futuros são acordos legais de compra ou venda de um ativo, a um preço predeterminado, em uma data futura. O investidor ganha ou perde quando, no momento do vencimento do contrato, existe uma diferença entre o preço de exercício do contrato e o preço real do ativo naquele momento.
“As primeiras instituições financeiras tradicionais a comprar bitcoin já estão de olho no ETH, isso se ainda não o compraram. E com razão. A rede cripto mais utilizada + futuro das finanças + a narrativa de uma política monetária potencialmente deflacionária o tornam extremamente atraente”, disse o pesquisador Qiao Wang, cofundador da Messari, no Twitter.
A CME já oferecia a negociação de contratos futuros de bitcoin há cerca de 3 anos. Na época, o lançamento do produto foi apontado como uma das causas para a alta no preço do ativo no final de 2017, quando atingiu 20 mil dólares pela primeira vez.
Agora, especialistas vêem comportamento parecido com o ETH. Desde que a CME divulgou planos de lançar a negociação de contratos futuros de ether, o preço do ativo quase triplicou, passando de cerca de 600 dólares para 1.726 dólares nesta segunda. Para Wang, o ativo pode continuar seu movimento de alta e, segundo sua previsão, chegar a um valor "entre 5 mil e 20 mil dólares" em breve.
Os contratos futuros de ether podem ser um caminho para instituições interessadas em se expor aos projetos de finanças descentralizadas (DeFi), que cresceram mais de 28 vezes no último ano, que têm como base a rede Ethereum.
“Tudo, desde exchanges descentralizadas a protocolos de empréstimo e mercados NFT, é executado atualmente na rede Ethereum. A CME, assim como outras instituições importantes, estão claramente otimistas de que os criptoativos e as tecnologias descentralizadas só ganharão mais impulso nos próximos anos”, disse Kadan Stadelmann, CTO da empresa de soluções em blockchain Komodo, ao site Decrypt.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.