Criador da Ethereum diz que metaverso virou "nome de marca" e está "mal definido"
Vitalik Buterin avalia que conceito original de metaverso acabou perdendo espaço, mas ainda pode ser desenvolvido
Redação Exame
Publicado em 27 de março de 2024 às 15h00.
Vitalik Buterin, um dos criadores do blockchain Ethereum , criticou nesta semana a direção adotada por empresas em relação ao metaverso . Na visão do desenvolvedor, o termo se tornou um "nome de marca" e acabou se desviando das intenções originais ligadas à ideia de expansão da realidade virtual.
Buterin falou sobre o tema durante sua participação em uma conferência na Coreia do Sul . Nela, ele destacou que "o metaverso está mal definido e muitas vezes é visto mais como um nome de marca do que como um produto". O comentário parece fazer referência à Meta, que não foi citada diretamente por ele mas mudou seu nome em 2021 para fazer referência ao metaverso .
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O criador da Ethereum compartilhou a sua definição para o termo: "Ele é imaginado como um universo virtual em que todos vão poder participar e que não seria controlado por ninguém. É também frequentemente associado à realidade virtual, onde nossas necessidades seriam mais simples, algo semelhante a querer um notebook sem ter o notebook".
Entretanto, Buterin opinou que, apesar do metaverso ser constantemente associado à realidade virtual, o conceito poderia ir além. Ele comentou que a associação "é super útil, mas [o metaverso] não é realmente um universo", defendendo uma outra abordagem para a ideia.
O desenvolvedor disse ainda que, para que o metaverso funcionasse de forma bem-sucedida, seria preciso criar algo que combinasse "todos os diferentes elementos de um mundo virtual que já temos, como criptoativos, realidade virtual e alguns elementos de inteligência artificial, tudo do jeito certo".
Os comentários de Vitalik Buterin ocorrem em meio a um cenário de perda de espaço do metaverso em relação a outras tecnologias e conceitos inovadores desde 2023. Antes disso, ele chegou a ser um dos tópicos mais discutidos por empresas e especialistas, atraindo a atenção de milhões, mas com poucos avanços práticos.
Pouco tempo depois, não é incomum encontrar avaliações de que o metaverso estaria "morto". O tema saiu da pauta principal de diversas empresas e muitos ainda apontam ceticismo em relação à possibilidade da passagem da vida "real" para um ambiente virtual.
Ao mesmo tempo, defensores do conceito avaliam que novos avanços tecnológicos ocorreram e que o setor de tecnologia segue investindo e pesquisando o tema, mesmo que de forma mais discreta. Um estudo recente da consultoria PwC vai na mesma linha, projetando que a área deve gerar R$ 4 trilhões para companhias até 2030 .