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Coritiba entra no mercado de criptoativos com tokenização de atletas

Depois de Vasco e Cruzeiro, Coritiba anuncia lançamento de tokens em blockchain lastreado pelos direitos de "mecanismo de solidariedade" de atletas formados no clube

Coritiba segue passos de Vasco e Cruzeiro e vai lançar token em blockchain que representa direitos federativos de atletas formados no clube (Coritiba Foot Ball Club/Divulgação)
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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 11h22.

O Coritiba Foot Ball Club é mais um clube do futebol brasileiro a entrar no mercado de criptoativos e blockchain. O tradicional clube paranaense fechou parceria com a startup Liqi para a tokenização dos direitos federativos de jogadores formados nas categorias de base do clube.

O modelo de tokenização é o mesmo usado pela corretora Mercado Bitcoin no Vasco Token e pela própria Liqi em parceria com o Cruzeiro. Os direitos do clube pelo chamado "mecanismo de solidariedade", que garante ao clube formador uma porcentagem do valor das negociações de atletas ao longo de toda sua carreira, será tokenizado e levado à blockchain, podendo ser adquirido por torcedores e investidores.

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A valorização do token depende da negociação dos atletas cujos direitos foram tokenizados. Quando um jogador da "cesta" de atletas que compõe o token for negociado de um clube para o outro, o valor equivalente ao mecanismo de solidariedade, que seria direcionado ao clube, passa a ser enviado proporcionalmente aos tokens - e aos seus proprietários.

Para o clube, esta é uma forma simples, segura e eficiente de antecipar recebíveis, ou até gerar novas receitas, já que não existe garantia de que os jogadores cujos direitos foram tokenizados serão de fato negociados ou gerarão receitas ao clube formador no futuro.

"Entendemos que o cenário atual do Coritiba é muito promissor e nos traz diretrizes para elaborarmos novas estratégias de modernização, que podem, automaticamente, impactar na recuperação financeira e, por consequência, da posição e status do time", disse Juarez Moraes e Silva, presidente do Coritiba, em comunicado.

A tokenização de direito federativos não tem nada a ver com os fan tokens, senão o fato de ambos usarem a tecnologia blockchain. Enquanto o primeiro se trata de um token lastreado pelos direitos federativos dos atletas, o segundo é uma espécie de criptoativo, também chamado de utility token, que dá aos seus proprietários o direito de participar de ações de engajamento e benefícios relacionados ao clube ou marca que ele representa e sua valorização dos ativos depende apenas de oferta e procura.

"Estamos começando a escrever uma importante história ao lado dos clubes do Brasil. Permitir que grandes times possam se reinventar, aliar novas formas de gerar receita e, ao mesmo tempo, aproximar os torcedores e entusiastas do time, é muito gratificante", completou Daniel Coquieri, CEO e fundador da Liqi, que também afirmou que a startup está perto de fechar outros três projetos de tokenização de ativos com clubes de futebol brasileiros.

Apesar de atualmente disputar a Série B do Brasileirão, o Coritiba é um dos mais tradicionais times do futebol nacional, e conta inclusive com um título de Campeão Brasileiro, da Série A, conquistado em 1985. O clube também tem histórico de formar grandes nomes do futebol, como Alex, que brilhou com as camisas de Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahce; Miranda, atualmente no São Paulo; Rafinha, hoje no Grêmio; e Matheus Cunha, campeão olímpico com a Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Tóquio.

O clube e a Liqi não confirmaram quem serão os "Pías do Couto" - como são chamados os jogadores formados pelo Coritiba - selecionados para ter os direitos federativos negociados. As partes envolvidas afirmaram que os tokens serão colocados à venda "nas próximas semanas".

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