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"Compre o boato, venda o fato", diz executiva sobre atualização da Ethereum

De acordo com diretora de estratégia da CoinShares, atualização da Ethereum não é um evento isolado e poderá ter impacto de longo prazo no preço da 2ª maior criptomoeda

Ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum (Yuriko Nakao/Getty Images)
MM

Mariana Maria Silva

Publicado em 22 de agosto de 2022 às 15h13.

Última atualização em 22 de agosto de 2022 às 15h29.

Conhecida como “The Merge”, a atualização do blockchain Ethereum prevista para o próximo 15 de setembro está abalando o mercado de criptomoedas mesmo antes de sua implementação. Gerando debates entre especialistas, muitos especulam se a mudança será capaz de impulsionar ainda mais o preço da criptomoeda nativa da rede, o ether.

Nesse sentido, alguns acreditam que a atualização pode não beneficiar inteiramente a segunda maior criptomoeda do mundo por capitalização de mercado. Meltem Demirors, diretora de estratégia na CoinShares, sugere que o ambiente macro como a alta inflação pode impedir que novos capitais entrem na Ethereum, ao mesmo tempo que o chama de um evento de “compre o boato, venda o fato”.

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-(Mynt)

“Embora internamente haja muito entusiasmo na comunidade de criptomoedas e na comunidade Ethereum em torno da fusão como um evento que reduzirá drasticamente a oferta e, potencialmente, impulsionará a demanda. Uma das realidades está no lado macro, as pessoas estão preocupadas com taxas, com macro. Tem um monte de coisa acontecendo”, afirmou Demirors, durante uma entrevista ao Squawk Box da CNBC em 22 de agosto.

A partir de 15 de setembro, a rede Ethereum passará por uma fusão entre a sua rede principal, conhecida como Mainnet, e a rede Beacon Chain. Dessa forma, a rede principal passará a utilizar a prova de participação (PoS) para verificar as suas transações, como já é feito atualmente na Beacon Chain.

O mecanismo de prova de participação possibilitará uma economia de aproximadamente 99% de energia elétrica ao eliminar a mineração do processo de verificação das transações da rede. Isso porque ao invés do poder computacional, a prova de participação se baseia na quantidade de ether bloqueado na rede para selecionar seus validadores.

Apesar de ser considerado um mecanismo “verde” por conta da economia de energia, a mudança gera debate no universo das criptomoedas quanto aos seus benefícios e malefícios. O principal receio dos apoiadores da Ethereum, incluindo seu criador, Vitalik Buterin, é que seja criada após a atualização uma bifurcação da rede que continue funcionando a partir da mineração e que esta seja adotada pelos principais projetos e empresas da rede.

Depois de ter disparado em julho, o preço do ether recuou 17,5% na última semana, sinalizando um desânimo de investidores para a atualização. Demirors observou que os investidores estão evitando riscos devido à incerteza em torno do ambiente pós-Merge, portanto, o capital do setor tem sido por meio de opções e não de exposição direta.

“Não acho que haja muito capital novo chegando para comprar o Ethereum nesses fundamentos e técnicos alterados. Há também algum risco que precisará jogar com o mercado. Então, na minha opinião, a fusão foi uma compra, o boato, a situação das notícias”, justificou Demirors.

Se for bem-sucedida, a atualização de 15 de setembro tornará o ether um ativo deflacionário e potencialmente elevará o preço da criptomoeda. No entanto, Demirors questiona a capacidade da “The Merge” de influenciar o mercado geral por ser vista como um evento isolado.

“Embora haja muito entusiasmo ou efervescência em torno da fusão, acho que uma das questões fundamentais é que as pessoas que veem a fusão como um catalisador externo para o ether estão vendo a fusão como um evento isolado”, concluiu.

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