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CBF arrecada R$ 91 milhões com primeira venda de criptomoedas da Seleção

Em meio a escândalo, tokens lançados pela Confederação Brasileira de Futebol esgotam em 30 minutos e serão listados para negociação em agosto

Sede da CBF (Buda Mendes/Getty Images)
GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 28 de julho de 2021 às 12h36.

Última atualização em 29 de julho de 2021 às 09h59.

A Confederação Brasileira de Futebol ( CBF ) realizou na terça-feira, 27, a pré-venda dos seus criptoativos. Ao todo, a CBF vendeu 30 milhões de tokens para 13.658 pessoas, arrecando 15 milhões de euros - cerca de 91 milhões de reais.

A emissão e a pré-venda dos tokens foi realizada pela empresa turca Bitci, que possui sua própria criptomoeda, o bitcicoin, e seu próprio blockchain, onde circulam os criptoativos da Seleção e de outros parceiros, como os times Rangers (Escócia) e Bétis (Espanha), as seleções uruguaia e espanhola de futebol, a MotoGP e a equipe McLaren, da Fórmula 1.

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Os criptoativos da Seleção são chamados de "utility tokens", ou "tokens de utilidade", que são criptoativos usados em troca de benefícios, como experiências, produtos e afins. No caso dos esportes, esse tipo de token também é chamado de "fan token", ou "tokens de fãs". Além da Bitci, outra grande plataforma de utility tokens é a Socios, do criptoativo Chiliz e que tem parceria com grandes clubes como PSG, Barcelona, Juventus e os brasileiros Corinthians e Atlético Mineiro, entre vários outros.

Em ambos os casos, os donos dos tokens podem usar o ativo digital para participar de eventos, comprar produtos licenciados, participar de sorteios e experiências, participar de votações - por exemplo, para escolher a pintura do ônibus ou o uniforme da equipe - entre outras coisas. No caso da CBF, entretanto, a instituição não divulgou quais seriam esses benefícios especificamente.

A falta de comunicação da CBF sobre o produto, inclusive, foi alvo de críticas por especialistas. "Acho um movimento interessante, de tratar de coisas contemporâneas, mas é fundamental fazer entendendo o porquê está fazendo, e não apenas fazer porque está na moda. Também é preciso saber comunicar ao público o que é esse produto, qual o seu lastro, porque isso tem valor. Eu não sei o grau de maturidade disso dentro da CBF, mas me parece ainda bastante solto. O próprio timing desse lançamento, em um momento que a CBF está sem presidente, sob intervenção, mostra um pouco isso", disse uma fonte ligada ao marketing esportivo que preferiu não se identificar.

"Este mercado está apenas começando. Considero altamente positivo o impacto das novas tecnologias no esporte, o grande desafio é conciliar esses dois universos. Entre as mudanças que já estão ocorrendo, as novas formas de comercialização são pontos positivos, que incluem certificados de autenticidade que tornam mais intensos os diálogos contratuais entre os produtos, quem os vende e quem consome. Temos também a descentralização, a inovação, a diminuição de barreiras de entrada e a renovação dos agentes e players do mercado", comentou Renê Salviano, da agência de marketing esportivo HeatMap.

A pré-venda dos criptoativos da Seleção, que serão negociados com o ticker BFT (de "Brazilian Football Team"), durou apenas cerca de meia hora. Nesses pouco mais de 30 minutos, os 30 milhões de tokens disponibilizados para essa primeira venda foram vendidos, ao preço de€ 0,50 cada. Agora, os interessados em adquirir os criptoativos deverão esperar até o dia 25 de agosto, quando o restante dos tokens - 70 milhões - serão listados na corretora Bitci para negociação pública.

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