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Brasil tem combinação "muito positiva" para adoção de criptomoedas, diz líder da Binance

Em entrevista à EXAME, Guilherme Nazar falou sobre acordo da corretora de criptomoedas com a CVM

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 18h29.

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Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina e líder da operação no Brasil, afirmou em entrevista exclusiva à EXAME nesta quinta-feira, 12, que o país possui uma combinação "muito positiva" para impulsionar a adoção de criptomoedas entre a população.

Nazar, que participou do primeiro dia do evento NFT Brasil, destacou que "o Brasil está muito bem posicionado enquanto país, nessa combinação de investidores, participantes, reguladores. Então, acho que temos aí muito para a indústria prosperar no mercado".

"Acho que é uma combinação muito positiva, não sei dizer única, seria leviano, comparado com outros mercados que talvez eu não tenha esse nível de visibilidade, mas sem dúvida é uma combinação muito positiva. Não à toa você vê dezenas de participantes, você vê empresas, players do mercado tradicional também querendo participar, o que mostra o quão pujante, atraente é essa indústria no Brasil", diz.

Nazar pontua ainda que a atuação dos dois reguladores do mercado, o Banco Central e a CVM, também contribui para esse resultado: "Nós temos duas gestões muito voltadas para a inovação, para a conversar com o mercado. Estão exercendo o seu papel prudencial, papel de regulador, mas de uma maneira sempre com muito debate. Então é uma combinação positiva".

À EXAME, o executivo também comentou sobre o acordo recente firmado entre a Binance e a CVM para encerrar um processo administrativo aberto para investigar ofertas ilegais de derivativos para clientes brasileiros. Nazar afirmou que o acordo "tangibiliza, sedimenta algo que na verdade já vinha acontecendo, pelo menos da nossa parte, desde 2020".

"Desde 2020, a gente buscou ter conversas frequentes com a CVM e buscado entender também o olhar da comissão para o tema. E buscado se adaptar em todos os ajustes necessários. O termo de compromisso evidencia essa visão de que a Binance tomou todas as ações necessárias, tudo aquilo que era necessário fazer nós fizemos já, e sempre buscando nos adaptar às regras, às legislações vigentes locais que nos impactam".

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Rumo ao bilhão?

Em uma palestra no evento, Nazar também reforçou a meta da Binance de contribuir para um crescimento do setor rumo à marca de 1 bilhão de usuários. Ele destacou que a tecnologia e os sistemas em cripto "são muito disruptivos, mas muito complexos, mais que uma rede social, que vem do mundo 2.0. Esse custo de transição para que cada vez mais pessoas passem a vivenciar o mundo 3.0 precisa ser reduzido".

Para isso, ele acredita ser necessário combinar esforços em segurança, educação e também conformidade regulatória. Quanto ao último aspecto, ele reforçou que é preciso de "regras para que o jogo seja jogado e para que haja legitimidade e para que todos os envolvidos no ecossistema sintam-se seguros".

"É preciso ter uma regulação de caráter prudencial, para proteger os usuários, definir escopos e papeis. E uma regulação que não iniba a inovação, não tenha uma mão pesada que eventualmente possa inibir um novo produto, um novo serviço, uma melhoria seja criada", disse.

Nesse sentido, ele reforçou que a regulação brasileira tem tido uma postura "pró-inovação, com uma agenda robusta em que regular as corretoras de criptomoedas é algo prioritário. O BC está nessa construção e com um olhar muito positivo".

Nazar ressaltou ainda que "toda inovação, indústria inovadora acaba captando no início aqueles que gostam de assumir risco, gostam do novo, o que é muito importante. Mas para que atinja a massa, milhares, milhões de pessoas, é importante que haja um jogo com regras para serem jogadas".

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