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Blockchain é 'tema central' para o Rio de Janeiro, diz Secretário de Inovação

Chicão Bulhões, Secretário de Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro, diz que blockchain é tema de grande importância para a Cidade Maravilhosa

Rio de Janeiro - Pão de Acucar - Praia de Botafogo - Baia de Botafogo  - barcos - lanchas - veleiros - embarcações  Foto: Leandro Fonseca   Data: 01/09/2023 (Leandro Fonseca  /Exame)

Rio de Janeiro - Pão de Acucar - Praia de Botafogo - Baia de Botafogo - barcos - lanchas - veleiros - embarcações Foto: Leandro Fonseca Data: 01/09/2023 (Leandro Fonseca /Exame)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 6 de outubro de 2023 às 15h54.

Na quinta-feira, 5, Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões, Secretário de Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro, participou do Rio Innovation Week. Em sua apresentação, Bulhões compartilhou os planos do Rio para o “Porto Maravalley”, que pretende ser um hub de tecnologia na cidade. Ao Cointelegraph Brasil, ele contou que o Rio de Janeiro ainda quer ser uma cidade amigável às criptomoedas, e a tecnologia blockchain é tema central. Anteriormente, foi confirmado que a cidade incorporaria bitcoin ao seu tesouro e permitiria o pagamento do IPTU com criptomoedas.

Agenda de blockchain é tema central

O Porto Maravalley se apresenta como um hub tecnológico no Rio de Janeiro, que pretende atrair empresas de inovação para a cidade, criar mão de obra qualificada e conectar iniciativas de inovação já presentes na cidade.

“Já existe muita gente boa no Rio, formando muitos hubs, mas eles não se conectam. Isso gera uma baixa densidade de trocas, e o que gera a riqueza é o movimento. [...] O papel do poder público é conectar essas pessoas”, disse Chicão Bulhões no painel “Inteligência Artificial, Inovação e Espaços Urbanos - o caso Porto Maravalley”, organizado na trilha “RIW & MetaMundi”.

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Nesse ambiente, Bulhões contou ao Cointelegraph Brasil que “a agenda da blockchain é um tema central”, sendo de grande importância para o setor de inovação do Rio de Janeiro.

“Sempre que falamos de cripto, comentamos que a tecnologia blockchain nos interessa muito. Na nossa opinião, é essa tecnologia que vai perpassar setores diferentes da sociedade, inclusive governos, para trazer soluções seguras e um novo momento”, acrescentou.

O Secretário de Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro disse ainda que a Invest.Rio, uma agência da prefeitura municipal voltada a atrair investimentos para a cidade, firmará um memorando de entendimento com a Solana, que “quer promover várias ações na cidade”.

Uma cidade cripto

A importância dada pelo Rio de Janeiro à tecnologia blockchain também se estende até as criptomoedas. Chicão Bulhões afirmou ao Cointelegraph Brasil contou que, mesmo com os desafios criados pelo atual ciclo de baixa nos preços dos criptoativos, a cidade não desistiu de ser crypto friendly.

“Lançamos o decreto, por exemplo, que possibilita o cadastro de empresas que querem oferecer aos seus clientes o pagamento de IPTU com cripto. Isso está valendo, está em vigor. Quem quiser, é só buscar a Secretaria da Fazenda. Caso não consigam, busquem a Secretaria de Desenvolvimento, porque estamos totalmente dispostos a ajudar”, disse Bulhões.

Especialistas acreditam que o movimento do Rio em aceitar pagamentos em bitcoin para IPTU, de fato, coloca a cidade como uma região amigável aos ativos digitais.

Além disso, na edição de 2022 do Rio Innovation Week (RIW), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, comentou sobre o possível lançamento de uma criptomoeda da cidade. Em um painel dividido com o prefeito de Miami, Francis Suarez, Paes falou sobre o lançamento do “CriptoRio”, e afirmou que a cidade investirá 1% do seu tesouro em ativos digitais. Desde então, porém, ele não compartilhou mais detalhes sobre ambas as iniciativas.

Essas iniciativas foram suficientes para atrair o interesse de empresas do mercado de criptomoedas para o Porto Maravalley. Alguns exemplos são: Transfero, empresa fundada por brasileiros na Suíça que planeja migrar para o Porto Maravalley; a Fundação Tezos, entidade por trás da blockchain Tezos, que planeja criar um escritório na região portuária do Rio; e a Binance, a maior exchange de criptomoedas do mundo.

“Em termos de cripto e blockchain, o Rio de Janeiro está quente [...] Continuamos super abertos, queremos ser uma cidade crypto friendly, queremos que o ecossistema que gira em torno de blockchain e cripto esteja e se desenvolva no Rio. Isso inclui empresários, desenvolvedores, todo mundo que estiver trabalhando com isso. Contem com a prefeitura, com a Invest.Rio. Queremos fazer tudo que for possível para ajudar, para fomentar, criar pontes e animar o hub”, comentou Bulhões.

‘Nós não somos os atores principais’

Mesmo com as diferentes iniciativas de fomento à inovação, Chicão Bulhões enfatizou que a prefeitura do Rio de Janeiro e suas secretarias não querem ser os atores principais.

“Estamos aqui para dar suporte, para criar o ambiente. Esses eventos, como Rio Innovation Week, Web Summit, Rio2C e outros, trazem as pessoas. As pessoas começam a saber o que está acontecendo, começam a cogitar o Rio e se mudar”, avaliou o Secretário de Inovação e Simplificação do Rio de Janeiro.

Formando mão de obra qualificada

A região escolhida para criar esse ambiente de trocas foi a zona portuária da cidade, que conta com 1,2 milhão de metros quadrados. Como incentivo às empresas de inovação, a Lei Municipal 7000/2021 reduziu de 5% para 2% a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Bulhões afirmou que existem planos para expandir ainda mais a área, abrangendo parte da região de São Cristóvão, bairro carioca próximo à zona portuária. A abertura do Porto Maravalley e do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) Tech, faculdade de tecnologia que estará dentro do hub tecnológico carioca, estão previstas para o primeiro trimestre de 2024, disse o Secretário durante sua apresentação no RIW.

O IMPA é um instituto reconhecido globalmente, contou Bulhões, e a versão imersa no Porto Maravalley tem capacidade para 400 alunos, que receberão moradia e alimentação, e terão bolsas integrais para concluir a graduação.

“Do IMPA Tech queremos que saiam as grandes cabeças pensantes, e teremos um hub de tecnologia no mesmo espaço. Além disso, reformulamos a iniciativa Programadores Cariocas, com 12 mil reais de investimento para cada aluno, 500 reais de bolsa e um computador após a graduação. Estamos dando oportunidades para quem quer entrar no mercado de tecnologia”, explicou.

Bulhões não confirmou se a grade curricular dos alunos contará com temas envolvendo Web3, como aulas envolvendo linguagens de programação como Solidity. Ele comentou, entretanto, que o objetivo é fazer com que empresas de inovação, inclusive do mercado cripto, olhem para o Porto Maravalley como uma área fértil em mão de obra qualificada.

“Queremos aumentar a quantidade de pessoas pensando em inovação no Rio, ter mão de obra qualificada e, com isso, fazer com que as pessoas entendam que o lugar para estar é aqui”, concluiu Bulhões.

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