Nesta segunda-feira, 24, o mercado de criptomoedas movimenta US$ 58 bilhões e tem capitalização de US$ 969 bilhões, segundo dados do CoinGecko. Ainda em queda no acumulado do ano, as principais criptomoedas apresentam estabilidade em um mês historicamente favorável para o setor.

O bitcoin se mantêm acima de US$ 19 mil. Cotado a US$ 19.357, a maior criptomoeda do mundo apresenta alta de quase 1% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap. Segundo os analistas da corretora cripto Bybit, é pouco provável que o bitcoin volte a apresentar novas quedas no momento.

“A atividade fraca dos investidores sugere que o fundo para o preço do bitcoin pode ter sido atingido. Portanto os investidores não devem se preocupar muito com os baixos níveis de negociação e a estreita faixa de volatilidade pois a estagnação pode ser vista como positiva, e é improvável que vejamos uma queda mais profunda”, comentaram em uma análise.

Além da improbabilidade de novas quedas significativas para o bitcoin abaixo de US$ 18 mil, a principal criptomoeda pode voltar a subir, dependendo de melhoras no cenário macroeconômico mundial, aponta Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management.

“O preço do bitcoin está tão correlacionado com o ambiente macro que qualquer indicador que dê chances do Fed diminuir o tom na agressividade no processo de aumento de juros pode fazer o preço do bitcoin se recuperar com mais força”, disse Ferreira.

Em 2022, o Federal Reserve, banco central norte-americano, realizou uma série de aumentos na taxa de juros do país, com o intuito de conter uma inflação que bateu recordes dos últimos 40 anos. A medida, que não se mostrou totalmente efetiva até o momento, é prejudicial aos ativos de risco, já que desincentiva a população a investir no setor, tornando a renda fixa mais atraente.

No momento, a postura agressiva do Fed contra a inflação e a possibilidade de novos aumentos é um dos principais fatores que geram medo nos investidores de ativos de risco como as criptomoedas. O Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado cripto, sinaliza “medo extremo” em 22 pontos nesta segunda-feira, 24.

Além disso, acontecimentos importantes em todo o mundo também podem exercer impacto no mercado de criptomoedas. Um deles é a renúncia de Liz Truss, ex-primeira ministra do Reino Unido.

“No Reino Unido, de onde vieram várias notícias de instabilidade política e econômica recentemente, será escolhido nos próximos dias o novo Primeiro Ministro, que irá substituir Liz Truss. A eleição de uma figura pró mercado pode aliviar os ânimos lá e contribuir com o humor dos mercados”, apontou Ayron Ferreira, da Titanium Asset Management.

O ether, segunda maior criptomoeda do mundo, apresenta alta modesta de quase 3% nesta segunda-feira, 24. Nativo da rede Ethereum, o ether é cotado a US$ 1.349. No mesmo dia, se destaca a criptomoeda MATIC, da rede Polygon. Cotada a US$ 0,89, a MATIC sobe aproximadamente 8%, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Análise gráfica do bitcoin, por Bybit

“No lado da análise gráfica, o preço do Bitcoin está enfrentando sua quarta rejeição na Média Móvel Exponencial de 30 dias (EMA) em US$ 19.432. Se, após a retração, o preço do bitcoin se recuperar e, eventualmente, cortar com sucesso a EMA de 30 dias, esse será um desenvolvimento fundamental para desencadear um leve movimento de alta para o bitcoin.

Se tal movimento transformar o obstáculo de US$ 19.432 em um piso de suporte, o preço do bitcoin poderá iniciar um rali para US$ 22.048 , desde que também supere a área de resistência de US$ 19.306 a US$ 19.737.

Por outro lado, se o preço do bitcoin não ultrapassar a EMA de 30 dias em US$ 19.432, isso indicará uma fraqueza dos compradores. No entanto, essa fraqueza não deve desencadear uma venda em massa. Como temos visto há um suporte muito forte na área de US$ 18 mil e todas as queda abaixo desta faixa foram compradas logo em seguida o que deve acontecer novamente caso os ursos assumam o controle.”

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