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Análise: bitcoin pode ter janeiro "parado" após finalizar ano desafiador em 2022

Depois de um ano em alta volatilidade e com queda de 65%, bitcoin pode não apresentar altas ou quedas significativas no início de 2023 graças ao baixo volume de negociação

Bitcoin opera em queda no início de 2023 (Getty Images/Getty Images)

Bitcoin opera em queda no início de 2023 (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 17h11.

Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 17h24.

Por Lucas Costa*

O ano de 2022 foi desafiador para os ativos de risco. A combinação de um dólar global forte e cenário de elevação das taxas de juro dos Estados Unidos criou o ambiente perfeito para queda nos preços dos principais índices de ações do mundo.

O modo de aversão ao risco que observamos no mundo inteiro impacta primeiramente os produtos de maior volatilidade, como as ações de tecnologia, small caps (empresas com menor valor de mercado), e consequentemente, os criptoativos. As notícias específicas da criptoesfera também causaram impacto em 2022, com destaque para a queda do império da FTX.

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No início do desenvolvimento do ecossistema cripto, os entusiastas viam com bons olhos a entrada dos investidores institucionais. A maior adoção por parte do grande público fez com que as criptos se tornassem parte de uma estratégia de alocação de risco global, aumentando a sua correlação com os mercados tradicionais. Por esse motivo, estudar o comportamento dos mercados tradicionais é fundamental para o entendimento das dinâmicas de movimento do bitcoin e das principais criptos.

O S&P 500 acelerou o movimento de queda nas últimas semanas, após a falha de rompimento do topo anterior em 4.150,00. A tendência de médio prazo é de baixa e não enxergamos perspectivas de recuperação para as próximas semanas. O nosso cenário é de baixa para o índice americano, com próximo suporte no fundo anterior em 3.650,00.

(Trading View)

A relação entre o movimento de fortalecimento do dólar (laranja), a elevação dos juros de dez anos dos EUA (azul) e o movimento de queda do bitcoin, mostra como esses três mercados estão conectados. A expectativa de uma diminuição na taxa de juro para o segundo semestre de 2023 é um evento que pode beneficiar os ativos de risco. O risco é a persistência da inflação e seus impactos nas decisões do Fed, o banco central dos EUA.

(TradingView)

O bitcoin teve uma diminuição expressiva no volume das negociações no final de 2022. A tendência é de baixa no médio e curto prazo, com uma nova lateralidade entre US$ 15,5 mil e US$ 18,3 mil. A expectativa é que o mês de janeiro seja mais parado, enquanto os investidores projetam seus cenários para o ano de 2023. Os próximos suportes são US$ 15,13 mil e US$ 14,05 mil.

(Trading View)

O ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum tem um cenário bastante parecido com o bitcoin, mas que a força relativa do segundo maior criptoativo é maior. Enquanto o bitcoin perdeu o fundo anterior no movimento de queda, o ether se sustentou acima dos US$ 1 mil, demonstrando maior resiliência.

O processo do The Merge e as expectativas futuras de ampliação das suas aplicações fez com que o seu movimento de queda fosse menos expressivo. A nossa visão de mais lateralidade para o curto prazo, mas ressaltamos que o ether pode ter uma recuperação mais forte que o bitcoin em um cenário de apetite ao risco.

(Trading View)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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