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Altcoins, tokenização, regulação: as tendências dos criptoativos para 2025

Avanço de regulação das criptomoedas ao redor do mundo, maior adoção institucional e disparada de criptos alternativas ao bitcoin estão no radar

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 10h00.

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O mercado de criptomoedas chega ao fim de 2024 com um novo ciclo de alta e um avanço significativo no seu processo de adoção institucional. Além disso, investidores mostram animação com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais deste ano, após o político prometer favorecer ao setor ao longo do seu governo.

Em um ano que também foi marcado por uma série de lançamentos de novas stablecoins e, principalmente, redes blockchain de segunda camada, o mercado viu a recuperação e consolidação de projetos tradicionais, com destaque para a Solana, a ressurgência das criptomoedas meme e discussões cada vez mais intensas sobre tokenização.

À EXAME, representantes de algumas das principais empresas do mercado cripto apontaram quais deverão ser algumas das principais tendências do setor ao longo de 2025. Confira!

Tokenização e regulação

Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, afirma que "a regulamentação cripto teve grande crescimento ao redor do mundo em 2024 e esperamos mais em 2025. Dada a recente eleição presidencial dos Estados Unidos e a esperada regulamentação cripto do novo governo, esperamos que outros países sigam a tendência dos EUA e adotem mais legislações ao redor do mundo".

"O Brasil está em um processo ainda mais avançado. O Banco Central e a Receita Federal têm diversas regulações em consulta pública, e o legislativo tem debatido aspectos importantes das criptomoedas", destaca.

Guilherme Sacamone, country manager da OKX Brasil, acredita que 2025 será "um ano de grandes mudanças para o mercado de criptomoedas. O progresso na regulamentação, tanto no Brasil quanto no exterior, será fundamental para trazer mais segurança para investidores, facilitando a entrada de novos participantes no setor".

Na visão do executivo, "uma grande aposta para o próximo ano é a tokenização de ativos, ou seja, transformar bens físicos ou financeiros em ativos digitais, que podem ser liquidados facilmente. A tendência fortalece ainda mais a conexão entre o mercado cripto e a economia tradicional, ampliando as possibilidades para investidores e empresas".

Fabio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, também acredita que "os avanços regulatórios do setor ao redor do mundo são uma das tendências" do setor.

"Além do cenário nos EUA, o setor tem se animado com os desenvolvimentos favoráveis na Europa, China e no Brasil, onde o Banco Central tem demonstrado uma postura inovadora e colaborativa no desenho das regras do setor que devem ser anunciadas em 2025", comenta.

Para o executivo, "esta é uma prova de que mais pessoas e governos estão descobrindo o potencial das criptomoedas e que a atualização do sistema financeiro global já está em andamento, com as criptomoedas desempenhando um papel de destaque nessa mudança".

Adoção e altcoins

Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, acredita que 2025 "tem tudo para ser o ano em que o bitcoin se tornará parte do 'mainstream financeiro', com os Estados Unidos liderando uma revolução que deve atrair o resto do mundo".

"Além disso, iniciativas como o Drex e o avanço da regulamentação local demonstram que o Brasil está alinhado com as tendências globais, oferecendo um ambiente promissor tanto para investidores quanto para empresas do setor", comenta.

Para ele, porém, o próximo ano deverá ser especialmente importante para outros criptoativos, indo além do bitcoin: "A Ethereum, que lidera o mercado de contratos inteligentes, e a Solana, conhecida por sua escalabilidade e taxas baixas, são fortes candidatas a protagonizar novas histórias de crescimento. Esses ativos refletem como o mercado está cada vez mais diversificado, com soluções específicas para diferentes usos".

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Glauco Cavalcanti, fundador da BLP Crypto, acredita que a área de empréstimos com criptoativos tem potencial para "crescer para valer" nos próximos meses, já que é uma área com demanda do público e maior simplicidade de execução. Nesse cenário, ativos como a Maker e a Compound podem ser os grandes beneficiados.

"A união de inteligência artificial com alguns projetos de cripto pode ser benéfica, até para ajudar na recuperação de projetos que tinham potencial mas não conseguiram concretizar. O principal é ficar de olho em projetos grandes, que já têm demanda", avalia.

Beto Fernandes, analista da Foxbit, vê "muitos sinais que indicam um 2025 muito positivo para o mercado de criptomoedas", com continuidade do atual ciclo de alta. Entre as tendências, ele aponta uma continuidade da adoção institucional do bitcoin, uma possível retomada do mercado de derivativos e avanços regulatórios nos Estados Unidos.

"O bitcoin segue liderando o desempenho do mercado, com as altcoins tentando pegar parte dessa onda. Porém, historicamente, isso tende a se reverter quando o mercado começa a fazer apostas mais agressivas. É aí que os investidores começam a buscar outros tokens para ampliar seus possíveis ganhos", pontua.

Nesse cenário, ele comenta que "entre as narrativas com maior tração atualmente temos as soluções de segunda camada para o próprio bitcoin, tokens de inteligência artificial, algumas apostas em DeFi e, mais uma vez, as memecoins".

"Apesar de a gente saber que as memecoins não tem qualquer projeto relevante por trás do token, a comunidade tem uma força muito grande para influenciar rapidamente no preço do ativo e, claro, isso acaba fortalecendo a busca por essas criptomoedas", destaca.

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