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Número de "acumuladores de longo prazo" do bitcoin atinge recorde histórico

Crescimento do número de investidores que se recusa a vender unidades da criptomoeda se tornou tendência em 2023

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 70% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 16h15.

O bitcoin tem enfrentado nas últimas semanas um cenário adverso, marcado por períodos de queda e de lateralização e uma dificuldade de retomar patamares de preço acima dos US$ 27 mil. Mesmo assim, a "acumulação" do ativo por investidores segue a todo vapor, mostrando um otimismo no mercado em relação ao desempenho futuro da criptomoeda.

Dados reunidos pela empresa de análise de mercado Glassnode apontam que, na última segunda-feira, 25, o número de acumuladores da criptomoeda chegou à marca de 859 mil endereços de carteiras digitais pela primeira vez. A companhia define esses endereços como carteiras "que possuem pelo menos duas transferências recebidas" e nunca gastaram esses fundos.

Além disso, a empresa também descarta endereços identificados como pertencentes a corretoras de criptomoedas  e não considera carteiras que não acessadas ou registram operações há mais de sete anos, como uma forma de não contabilizar unidades do bitcoin que estão perdidas ou inacessíveis no momento.

Apesar do recorde histórico, as máximas de acumuladores vêm sendo superadas dia após dia, ainda segundo dados da Glassnode. A empresa aponta que o crescimento desse tipo de investidor no mercado vêm ocorrendo de forma quase ininterrupta desde janeiro de 2022. Em 6 de janeiro do ano passado, eram 534 mil endereços acumuladores.

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Acúmulo de bitcoin

Ao mesmo tempo, os dados da Glassnode apontam que uma estabilidade em relação ao valor total de bitcoin acumulado por esses investidores, com leve queda em relação a junho e julho deste ano. Atualmente, o balanço é de US$ 81 bilhões, distante das máximas de novembro de 2021, na casa dos US$ 144 bilhões, com queda a partir daí.

Por outro lado, o número também reflete a própria cotação da criptomoeda, cujo preço desvalorizou do final de 2021 até os dias atuais, implicando também em um balanço menor de acumulação. Considerando apenas as unidades, são pouco mais de 3 milhões de bitcoins acumulados, uma cifra que tem se mantido estável ao longo de 2023, indicando que os novos acumuladores possuem quantias menores do ativo.

A ampliação da acumulação da criptomoeda afeta negativamente o mercado ao reduzir a quantidade total do ativo disponível efetivamente para negociações. Com menos liquidez, qualquer movimento, de compra ou venda, acaba tendo um impacto no preço do ativo maior, implicando também em uma volatilidade mais alta.

Entretanto, o movimento também é benéfico para o bitcoin ao indicar que, mesmo com o momento adverso no mercado, os investidores seguem apostando em valorizações futuras da criptomoeda, o que justificaria o acúmulo e a decisão de evitar as vendas mesmo após ciclos recentes de valorização, como o do primeiro semestre deste ano.

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