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Netflix anuncia que produzirá 30 novas séries e filmes no Brasil

Netflix contratou roteiristas e escritores como Larissa Manoela, Maisa Silva e Talita Rebouças, além dos diretores Fernando Meirelles e Daniel Rezende

Entre as novas séries se destacam "Spectros", "Futebol", "O Escolhido" e "Irmandade" (Ercin Top/Anadolu Agency/Getty Images)

Entre as novas séries se destacam "Spectros", "Futebol", "O Escolhido" e "Irmandade" (Ercin Top/Anadolu Agency/Getty Images)

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EFE

Publicado em 24 de abril de 2019 às 19h01.

Última atualização em 24 de abril de 2019 às 20h14.

Rio de Janeiro — O diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, anunciou nesta quarta-feira, 24, que a plataforma audiovisual americana produzirá nos próximos meses 30 novas séries e filmes originais no Brasil, um dos seus principais mercados mundiais.

"As 30 novas produções originais são só o começo dos nossos planos no Brasil", disse Sarandos em uma conferência na Rio2C, o maior evento de criatividade da América Latina, que acontece até o próximo domingo no Rio de Janeiro.

Entre as novas produções estão as segundas temporadas de "3%", primeira série da Netflix no Brasil (2017) e de grande sucesso mundial, e "O Mecanismo", série sobre a operação Lava Jato, dirigida por José Padilha.

Entre as novas séries se destacam "Spectros", concebida pelo inglês Charlie Brooker ("Black Mirror") e que mistura zumbis em reality shows; "Futebol", que conta a história de dois jovens pobres que sonham em ser grande astros; "O Escolhido", sobre três médicos que são enviados a uma comunidade no Pantanal, e "Irmandade", que retrata a vida nas grandes organizações criminosas que dominam o país.

Outros destaques são o filme "Sérgio", produzido por Wagner Moura e que relata a vida do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto em um atentado no Iraque em 2003 contra instalações da ONU; a comédia romântica "Rica de Amor" e o "Especial de Natal do Porta dos Fundos".

Para incrementar sua produção com conteúdo local no Brasil, a Netflix contratou roteiristas e escritores como Larissa Manoela, Maisa Silva e Talita Rebouças, assim como renomados diretores como Fernando Meirelles e Daniel Rezende.

Segundo Sarandos, a aposta no Brasil se deve ao fato de o país ser um dos principais mercados para a plataforma no mundo, além da estreita conexão do público brasileiro com a Netflix e da capacidade dos produtores brasileiros de contar histórias originais com interesse para o mundo.

"O Brasil tem talentos extraordinários e uma longa tradição em contar grandes histórias. É por este motivo que estamos animados para aumentar nosso investimento na comunidade criativa brasileira", afirmou o executivo.

"Estes 30 projetos, em vários níveis de produção em diferentes lugares do país, serão feitos no Brasil e consumidos por todo o mundo", acrescentou.

De acordo com Sarandos, a Netflix precisa de produção própria no Brasil para manter a fidelidade dos seus espectadores no país e levar novas histórias aos assinantes de outras partes do mundo.

O diretor de conteúdo acrescentou que, quando a Netflix começou a produzir séries originais, há apenas sete anos, com "House of Cards", descobriu que era falsa a premissa segundo a qual o público americano não gosta de ver filmes em outros idiomas com legendas.

Nesse sentido, citou a grande aceitação da série "Narcos", produzida em espanhol, entre o público americano, e da própria "3%".

"O Brasil é um dos maiores centros criativos do mundo e conta com uma grande diversidade, uma topografia incrível para locações de gravação, histórias riquíssimas e um grande talento. Os brasileiros têm capacidade de contar histórias para o mundo", destacou.

O diretor disse ainda que "3%" deixou claro que, apesar do idioma e de se tratar de uma história de ficção científica, a produção brasileira pode ser internacional.

Já Wagner Moura, que participou da conferência desta quarta-feira com Sarandos, destacou que o investimento da Netflix chega num momento em que a produção audiovisual brasileira enfrenta uma grande crise e a ameaça de ficar totalmente paralisada.

Recentemente a Agência Nacional do Cinema (Ancine) suspendeu todos os seus financiamentos após ser advertida pelo Tribunal de Contas da União de que as prestações de contas dos créditos ao setor deixavam muito a desejar.

A Ancine reconheceu então que não tem recursos de pessoal para melhorar a prestação de contas, o que paralisou o setor.

"Nós temos diferentes fontes de financiamento", respondeu o executivo da Netflix.

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