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Christian Knoop, da IWC: “Relógios mecânicos são companheiros de vida”

O diretor criativo da relojoaria suíça fala sobre os novos modelos da linha Portugieser e por que não considera os smartwatches uma ameaça

Christian Knoop, da IWC: para ele, relógios são investimentos para toda a vida (IWC/Divulgação)

Christian Knoop, da IWC: para ele, relógios são investimentos para toda a vida (IWC/Divulgação)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 4 de maio de 2020 às 12h56.

Última atualização em 4 de maio de 2020 às 14h44.

Um dos relógios mais cobiçados pelos colecionadores é o Portugieser, da IWC Schaffhausen. O primeiro modelo da longeva coleção foi desenvolvido no final da década de 1930, a pedido de dois comerciantes portugueses. Eles buscavam modelos de pulso com a precisão dos cronômetros marítimos, o que obrigou a relojoaria suíça a se aprimorar — na época, a precisão desejada era uma exclusividade das versões de bolso.

A maison apresentou os novos modelos da famosa linha no dia 24 de abril. O que mais se destaca é o The Portugieser Yacht Club Moon & Tide. É o primeiro da marca a informar quando será a próxima maré alta ou baixa, algo que todo navegador precisa saber — a engrenagem que permite esse tipo de indicação equaciona as rotações da Terra e da Lua e a geolocalização do usuário.

É um modelo voltado para velejadores, mas que não decepciona em terra firme com seu design discreto e sofisticado. Tem caixa de ouro 18 quilates com 44.6 mm de diâmetro, mostrador azul, ponteiros banhados a ouro, revestimento antirreflexo nos dois lados e pulseira de borracha texturizada. O movimento é automático e propicia uma reserva de marcha de 60 horas. Preço: R$ 155 mil.

Outra novidade é a terceira geração do Portugieser Yacht Club Chronograph. São modelos ainda mais discretos, com o mesmo tamanho de caixa que o The Portugieser Yacht Club Moon & Tide, só que de aço inoxidável. O material também foi usado na confecção da pulseira de dois dos lançamentos — a de um deles é composta ainda por peças de ouro 18 quilates.

Portugieser Yacht Club Chronograph, da IWC

Portugieser Yacht Club Chronograph, da IWC (IWC/Divulgação)

Um tem mostrador azul e ponteiros e apliques banhados a ródio. Outro tem mostrador prateado, que contrasta com os ponteiros e apliques azuis. E há um terceiro com mostrador prateado e ponteiros banhados a ouro, mesmo material dos apliques. O movimento de todos é automático, com reserva de marcha de 68 horas. Com a função flyback os ponteiros do cronômetro retornam ao zero com um simples toque no botão de reset, o que dá início a uma nova contagem. Partem de R$ 58.200.

No dia 30 de abril, por meio do aplicativo Zoom, o diretor criativo da relojoaria, Christian Knoop, conversou com a EXAME sobre as novidades, entre outros assuntos. O novo coronavírus, claro, foi um dos tópicos. “Ainda não é possível dizer quais serão os impactos da pandemia no mercado de relógios de luxo, mas estou curioso para saber de que forma ela vai influir na criatividade dos designers de produtos”, disse ele. “Será que daqui alguns anos será possível olhar para um relógio, um carro ou uma peça de roupa e dizer: ‘isso é da era do coronavírus’?”

O diretor criativo também falou sobre o avanço da Apple no mercado de relógios. Pelas contas da Strategy Analytics, a companhia americana vendeu 30,7 milhões de seus relógios no ano passado, quando as relojoarias suíças, em conjunto, exportaram 21,1 milhões de unidades. Na briga com o país que simboliza os ponteiros de luxo, a Apple venceu pela primeira vez. Em 2018, ela comercializou 22,5 milhões de smartwatches e a Suíça levou a melhor por uma diferença de 1,7 milhão.

“Cinco anos atrás, quando surgiram os smartwatches, ficamos muito nervosos. Até entender que são produtos diferentes”, disse Knoop. “O smartwatch em algum momento você precisa jogar fora e comprar outro. Os relógios mecânicos são companheiros de vida, podem ser passados de geração para geração. Nosso território não está ameaçado”.

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