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Pelé será enterrado no maior cemitério vertical do mundo; saiba detalhes

O rei comprou lóculos para a família no nono andar do prédio; ele, no entanto, será sepultado no primeiro andar para fácil acesso para visitação

Fans of late Brazilian football legend Pele gather inside the Urbano Caldeira stadium to attend his wake in Santos, Sao Paulo, Brazil on January 2, 2023. - Brazilians bid a final farewell this week to football giant Pele, starting Monday with a 24-hour public wake at the stadium of his long-time team, Santos. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) (Photo by MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images) (MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images)

Fans of late Brazilian football legend Pele gather inside the Urbano Caldeira stadium to attend his wake in Santos, Sao Paulo, Brazil on January 2, 2023. - Brazilians bid a final farewell this week to football giant Pele, starting Monday with a 24-hour public wake at the stadium of his long-time team, Santos. (Photo by Miguel SCHINCARIOL / AFP) (Photo by MIGUEL SCHINCARIOL/AFP via Getty Images) (MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 17h04.

Última atualização em 3 de janeiro de 2023 às 17h13.

Pelé, que faleceu aos 82 anos e está sendo velado nesta segunda-feira na Vila Belmiro, em Santos, será enterrado em um cemitério vertical na mesma cidade. Trata-se do maior cemitério vertical do mundo, o Memorial Necrópole Ecumênica. Em julho de 2003, aos 62 anos, Pelé comprou lóculos (espaços onde o caixão é colocado) para a família no nono andar, em referência ao número da camisa que o pai usava quando era jogador. Pelé, no entanto, será sepultado em uma área especial, no primeiro andar do prédio, de cerca de 200 metros quadrados e que contará com algumas homenagens ao rei do futebol. Assim, segundo a administração do cemitério, o acesso para visitação será facilitado.

O local, que tem vista para a Vila Belmiro, o estádio onde o ex-jogador iniciou sua carreira esportiva, já recebeu os corpos do irmão, de uma tia e do pai de Pelé. Já o corpo de Sandra Arantes do Nascimento, a filha rejeitada por Pelé e que faleceu em 2006, está no mesmo cemitério mas fora do espaço para a família do rei.

Sandra, que nasceu em 1964 e foi fruto de relacionamento de Pelé com a empregada doméstica Anisia Machado, faleceu aos 42 anos.

Ela travou disputa na Justiça pelo reconhecimento de sua paternidade. Morreu sem nunca ter tido, de fato, o reconhecimento como filha, e só conseguiu incluir o sobrenome do pai em 1996. Seus filhos, Octávio Neto e Gabriel Arantes, se despediram do avô no Hospital Albert Einstein, a pedido de Pelé, e nesta segunda-feira, no velório.

"Foi um momento difícil no hospital. Acredito que a gente conseguiu finalizar perdoando mesmo, esse é o legado que tem que ser deixado. O perdão e o amor vencem todas as coisas", disse Octávio, nesta segunda-feira.

Gabriel completou:

"Os últimos momentos foram muito bons, apesar de tristes. Estávamos nos Estados Unidos e uma das minhas tias me ligou, a pedido do meu avô. Voltamos de prontidão direto para o [Hospital Albert] Einstein", contou Gabriel. "Conversamos, falei para ele tudo, o quanto o admirava como jogador e como pessoa. Ficamos com as mãos entrelaçadas orando, conversando… foi um momento muito triste, mas muito importante para mim e para o meu irmão."

Paz espiritual

Em 2003, Pelé chegou a declarar à TV Tribuna que havia escolhido o Memorial por causa da “organização, limpeza e estrutura". Ele escolheu o local para seu sepultamento pessoalmente, com o criador do Memorial, Pepe Altstut, falecido em 2021.

"É um local que transmite paz espiritual e tranquilidade, onde a pessoa não se sente deprimida, sequer parece com um cemitério", disse o jogador na época.

Instalado em Santos, o Memorial foi o primeiro cemitério vertical da América Latina e tem uma área de cerca de 40 mil metros quadrados. Além de grandes construções para abrigar centenas de sepulturas, o local é rodeado por reserva nativa e preservada da Mata Atlântica e abriga lagoas com carpas e tartarugas, um aviário e o Museu de Veículos.

Também foi o primeiro crematório de iniciativa privada do Brasil e levou pouco mais de dez anos para ter sua construção concluída.

Em 1991, no ano da inauguração, o espaço entrou no Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior cemitério vertical do mundo, honraria que mantém há 31 anos. O prédio tem 14 andares e não há mais lóculos disponíveis. Para manter um lóculo, é preciso pagar entre R$ 40 a R$ 50 mil anuais.

O local foi concebido para solucionar um problema que perdurava há anos na cidade de Santos, a frequente realização de sepultamentos em meio a lama, decorrente dos lençóis freáticos existentes na região.

O espaço possui mais de 18 mil lóculos, salas de velório com suítes para repouso, cinerário, ossário, mausoléus e uma capela.

Segundo informações do Memorial, o local será ampliado, com a construção de um novo prédio de 108 metros de altura, o equivalente a uma edificação convencional de 40 andares. Com o novo espaço, que deverá ser concluído em até quatro anos, o Memorial aumentará sua capacidade para 25 mil lóculos.

O espaço conta com lóculos de dois nomes marcantes da música brasileira: Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., morto em março de 2013, e do baixista Champingon, da mesma banda, que perdeu a vida seis meses depois. O pugilista Éder Jofre, que morreu em outubro deste ano, foi cremado no Memorial.

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