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Maiores dribladores do Brasileirão, Flamengo e Fluminense se enfrentam de olho na vice-liderança

Equipes cariocas apostam em fundamento escasso no país para não deixar o líder Botafogo desgarrar na tabela

Na atual edição, ambas as equipes figuram entre as maiores médias de dribles (© Marcelo Goncalves/Fluminense F. C/Divulgação)

Na atual edição, ambas as equipes figuram entre as maiores médias de dribles (© Marcelo Goncalves/Fluminense F. C/Divulgação)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 16 de julho de 2023 às 00h06.

Fluminense e Flamengo medem forças neste domingo, 16, no Maracanã, às 16h, em confronto direto dentro do G4 do Campeonato Brasileiro. Na atual edição, ambas as equipes figuram entre as maiores médias de dribles. Enquanto o Fluminense lidera o ranking, com 14,5 por partida, o Flamengo é o quinto no quesito, com 12,6. Os dados são do site SofaScore, especialista em estatísticas.

Nas três edições anteriores, o Flamengo também esteve no top 3, com o primeiro lugar em 2020 e 2021, e o terceiro em 2022. Nestas edições, o clube também teve destaques individuais no fundamento. Em 2020, o meia Gerson teve média de 2,8 dribles por partida e terminou na quinta colocação do ranking. Já em 2021, Arrascaeta esteve na terceira posição, também com média de 2,8.

Neste ano, o atleta que lidera no quesito é o meia Jhon Arias, do Fluminense, com média de 3,4. Na sequência, aparecem Dudu (3,1), do Palmeiras; Kaiki (3), do Cruzeiro; Vitor Jacaré (3) e Cauly (2,9), ambos do Bahia.

Números de dribles crescentes

Apesar do destaque do Fla x Flu no fundamento do drible, o futebol nacional ainda carece de grandes dribladores. A exemplo dos números registrados nos dois anos anteriores, esta edição do brasileirão ainda não conta com nenhum atleta com média superior a quatro por partida. O último a obter tal feito foi o meia Índio Ramirez em 2020, quando terminou com 4,1 dribles por jogo, atuando pelo tricolor baiano.

Preocupação entre os clubes, o artifício também vem recebendo atenção nas categorias de base. Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, explica como o processo se dá dentro do Leão, fazendo a interação com o futsal do clube.

“O drible é o ponto de desequilíbrio no futebol. No Fortaleza, iniciamos a formação no futsal, que desenvolve muito essa característica. A integração com o campo já começa nas equipes do sub-09, sub-11 e sub-13, e é necessária a valorização dos atletas que tenham essa habilidade, assim como incentivar que a utilizem dentro das quatro linhas, de maneira produtiva”, destaca o mandatário.

O diretor-executivo da Ferroviária, Júnior Chávare, também ressalta a importância desse recurso em conjunto com as ações táticas do jogo, para a obtenção de resultados. “A utilização do drible como forma de alcançar os objetivos dentro da partida é uma característica presente no futebol brasileiro desde sempre, da qual não podemos abrir mão. Sempre tive essa preocupação nos clubes em que trabalhei e conseguimos implementar o ‘Lapidar’ no Grêmio, o ‘DNA Alvinegro’ no Atlético-MG, também o mesmo projeto no Bahia e demos início no Juventude. Agora, estamos executando na Ferroviária”, diz o dirigente, que já foi responsável pela revelação de atletas como Anthony, Everton Cebolinha, Arthur e Militão, entre outros.

Outra das medidas para recuperar a essência do futebol brasileiro e estimular o drible é o X1 Brazil Combate, competição de um contra um que proporciona aos fãs esse fundamento em estado puro e que vem fazendo sucesso em diversos cantos do país. Com eventos promovendo a disputa pelo cinturão, a próxima será em Natal, no dia 4 de agosto.

A última edição foi realizada em Recife, no ginásio do Geraldão, com os ingressos esgotados, recebendo 9 mil pessoas. A disputa principal teve o desafiante Bolt derrotando o então detentor do cinturão, Daniel Coringa, considerado o melhor jogador de um contra um do país.

Na ocasião, Coringa obteve oito dribles enquanto Bolt contou com nove dribles e dez desarmes. Para efeito de comparação, o jogador com mais desarmes no Campeonato Brasileiro é o lateral Rubens, do Atlético-MG, com 4.45 por partida.

“Um dos objetivos da X1 Brazil é resgatar o que o futebol brasileiro tem de melhor e temos cumprido com a missão. Já observamos que muitos jogadores profissionais são fãs da modalidade e que garotos também têm praticado.

O drible faz parte do nosso futebol e não podemos deixar esse rico artifício de lado. O interesse do torcedor também aumenta quando o jogo é mais criativo. Temos comprovado isso no X1 Brazil Combate com ginásios lotados em Fortaleza e Recife”, afirma Davi Oliveira, Gerente de Projetos da X1 Brazil.

O estado do Recife, aliás, é o berço das competições de X1, iniciadas em campos de várzea. A importância dessa modalidade para o desenvolvimento de novos talentos para o futebol já é refletida no campo profissional.

"É um orgulho muito grande para todos nós de Recife sermos os pioneiros desta modalidade. É uma categoria que estimula o drible, a criatividade e a tomada de decisão. Tudo isso incentiva os jovens praticantes e a formação de novos jogadores.

O Brasil necessita recuperar os seus valores no futebol e o processo se inicia desde a base. Mais esse espelho, com campeonatos tão organizados, estimula a ousadia em campo e a busca por algo diferente”, destaca Yuri Romão, presidente do Sport Club do Recife.

No Campeonato Brasileiro, os dribles também têm surtido efeito para os ataques de Flamengo e Fluminense, e o clássico de domingo promete muitos gols. Com a artilharia mais pesada na competição, o rubro-negro marcou 27 vezes após 14 rodadas. Já o tricolor balançou as redes 21 vezes.

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