Vale fecha acordo com Nextracker para projeto de energia solar
Com o projeto solar em Minas Gerais, a Vale espera reduzir em cerca de 70 milhões de dólares os custos anuais da empresa com energia elétrica
Reuters
Publicado em 25 de maio de 2021 às 08h24.
Última atualização em 25 de maio de 2021 às 08h25.
A mineradora Vale fechou acordo para que um complexo de geração solar da companhia em Minas Gerais seja equipado com rastreadores que permitirão que seus painéis fotovoltaicos sigam o movimento do sol durante o dia, elevando a produtividade.
O negócio foi selado junto à Nextracker, fornecedora norte-americana, que deverá produzir de 50% a 60% dos componentes dos produtos no Brasil e importar o restante, disse à Reuters um representante da fabricante.
A aposta da Vale no projeto solar "Sol do Cerrado" foi divulgada no início de dezembro passado, quando a companhia estimou investimentos de cerca de 500 milhões de dólares para implementação do empreendimento, com operação prevista para o último trimestre de 2022.
O acordo com a Nextracker envolve o fornecimento de rastreadores, também conhecidos como "trackers", suficientes para atender os 766 megawatts de capacidade das usinas, que ficarão na região mineira de Jaíba.
"Para esse projeto, devemos começar o fornecimento agora depois da metade do ano, entre agosto, setembro, e terminar em 2022, aproximadamente no final do primeiro trimestre", disse o diretor de vendas da Nextracker para o Brasil, Nelson Falcão.
Com a transação, a empresa passa agora a totalizar cerca de 3 gigawatts em vendas realizadas no Brasil, entre projetos já implementados e em fase de construção.
"Continuamos mantendo uma liderança no mundo, temos cerca de 30% do mercado mundial, e na América Latina como um todo isso vai a 35%", acrescentou Falcão, ao apontar que o negócio com a Vale e um acordo anterior com a canadense Brookfield colocam a empresa na liderança também no mercado brasileiro neste ano.
Ele destacou que os rastreadores têm sido cada vez mais utilizados, principalmente em projetos de grande porte, como o da Vale, e em usinas construídas para atender contratos de fornecimento de energia fechados diretamente com empresas ou com o governo, por meio de leilões de energia.
"As grandes empresas, os grandes líderes de vários setores, estão se voltando para a produção com fontes renováveis, principalmente solar. Há uma preocupação muito grande das corporações", disse Falcão, ao comentar a operação.
Ele disse que os rastreadores solares geralmente resultam em ganhos de desempenho de 20% a 30% ao permitir que os painéis captem melhor a luz do sol para gerar energia, o que passa inclusive pelo uso de inteligência artificial no controle dos "trackers".
Ao anunciar o projeto solar em Minas, a Vale disse esperar que o complexo reduza em cerca de 70 milhões de dólares os custos anuais da empresa com energia elétrica.
A Vale também destacou na ocasião que o investimento é alinhado com sua agenda de ações ligadas a questões ambientais, sociais e de governança (ESG) e faz parte de um total de 2 bilhões de dólares que a companhia pretende destinar a medidas para redução de suas emissões de carbono.
Entre as metas da mineradora estão reduzir emissões absolutas de carbono em 33% até 2030 e se transformar em uma empresa com emissão líquida zero nos chamados escopos 1 e 2 até 2050.
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