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Manequim reciclável e móveis circulares: a nova loja sustentável da Renner

Proposta é inaugurar a primeira "loja circular" no país, que será aberta na cidade do Rio de Janeiro

Loja circular da Renner terá de manequins recicláveis a energia limpa (Lojas Renner/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 10 de junho de 2021 às 07h00.

A Renner se prepara para dar mais um passo com a finalidade de se tornar de fato uma empresa circular e consciente no mundo da moda. A varejista apresentou nesta quinta-feira, 10, um modelo de loja física sustentável, baseado no princípio da circularidade e do reuso.

Segundo a empresa, o projeto está em andamento desde 2019 e o momento escolhido para a inauguração é o segundo semestre deste ano -- ainda sem data definida. Trata-se de um novo “envelopamento” de uma loja já existente no shopping Rio Sul, na cidade do Rio de Janeiro. A previsão é de que, no primeiro semestre de 2022, aconteça também uma inauguração de uma nova loja, que seguirá os mesmos padrões sustentáveis.

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O que tem na nova loja?

A primeira mudança está na fachada. O novo design leva em conta a transparência e, por isso, será possível ver toda a loja, mesmo estando do lado de fora. Já na lista de itens circulares estão desde o piso e os móveis até os manequins, feitos de resina reciclada e reciclável.

Segundo Fabio Faccio, CEO da Renner, a inauguração está em linha com a estratégia sustentável da empresa, que foca em circularidade e moda responsável nas coleções -- e agora também nas lojas. “Vamos somando todas as iniciativas que tomamos desde 2014, e trazendo novas ideias, assim como foi com o Re (jeans sustentável da marca), em novas lojas, seja em reformas ou inaugurações”, diz.

Com o novo modelo de loja circular, a proposta da Renner é reduzir em 55% o consumo de água e 20% o consumo de energia. A loja também será abastecida com energia renovável de pequenas hidrelétricas, mas a Renner já analisa a chance de migrar o fornecimento para parques eólicos em um futuro próximo, segundo Alessandra Shargorodsky, diretora de arquitetura, engenharia e expansão da Lojas Renner.

A missão será cumprida com a ajuda de fornecedores que, segundo Shargorodsky, serão escolhidos a partir de uma régua muito mais elevada. “O nosso maior desafio é a cultura dos fornecedores”, diz. "Estamos ampliando essa cultura com todos que trabalham com a gente e vamos conseguir isso fazendo alianças, estabelecendo parcerias e buscando produtos que tenham a ver com a nossa proposta”.

Segundo Faccio, ainda não é possível afirmar se todos os projetos da nova loja serão incorporados em outras unidades da Renner. O executivo antecipa, porém, que o objetivo é replicar o modelo no maior número de lojas possível.

A história sustentável da Renner

A jornada sustentável da varejista começou ainda em 2014, quando recebeu a certificação LEED, que reconhece construções civis que seguem boas práticas ambientais. Dois anos depois, a marca passou a neutralizar 100% das suas emissões de CO2. Para entender como o meio ambiente se tornou fundamental para as grandes empresas, a EXAME Academy oferece o cursoESG: A revolução da sustentabilidade.

O grande avanço, no entanto, aconteceu com a criação do Selo Re, usado em itens confeccionadas de maneira responsável, com fios reciclados e menor uso de água, por exemplo. O principal dos produtos é o Re Jeans, que ganhou uma nova coleção no ano passado e consome 44% menos água na produção e lavagem. Desde a criação do selo, já foram mais de 130 milhões de peças vendidas.

A empresa também investe em um sistema de logística reversa, chamado de EcoEstilo. Com dez anos de existência, o programa já coletou cerca de 155 toneladas de itens descartados pelos clientes nas lojas, entre embalagens e frascos de itens de perfumaria e beleza e peças de roupa em desuso. Em novembro de 2020, a marca também iniciou uma parceria com o brechó online Repassa que permite que clientes da Renner enviem ao Repassa peças de vestuário de qualquer marca que não são mais usadas.

Em relação ao futuro, a Renner estabeleceu algumas metas ambientais para 2021. Entre elas, ter todo o algodão utilizado nas confecções sendo certificado, aumentar para 75% a participação de fontes renováveis no consumo energético e  reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017.

“A nossa proposta é gerar um impacto positivo a partir de tudo que a gente faz, desde a coleção, e também no nosso modelo construtivo, nos equipamentos que usamos, no transporte de cargas e todos aspectos relacionados à nossa cadeia”, diz Faccio.

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