Minerva: Ações caem 43% desde o anúncio da compra de 16 plantas da Marfrig por R$ 7,5 bi (Alfribeiro/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 22 de novembro de 2021 às 14h18.
Última atualização em 22 de novembro de 2021 às 14h26.
Um aditivo alimentar que reduz o metano expelido pelas vacas - um dos fatores que mais contribuem para as emissões do setor agrícola - está mais perto de ser vendido na Europa.
A agência de supervisão de alimentos da União Europeia disse que o produto Bovaer, da empresa holandesa de nutrição Royal DSM, é seguro e eficaz para o gado leiteiro. A companhia não solicitou revisão sobre os níveis de segurança para outras categorias, como carne bovina. A Europa é o segundo maior produtor de leite do mundo, e o Bovaer já foi aprovado para uso em gado de corte e leite, bem como ovelhas e cabras no Chile e também no Brasil, potência em carne bovina.
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O setor agrícola enfrenta mais pressão para se tornar mais verde, à medida que governos e investidores focam no combate ao aquecimento global. Reduzir emissões de metano é um dos desafios climáticos mais críticos para o mercado agrícola. Soluções também buscadas por empresas e pesquisadores incluem outros suplementos, máscaras para vacas e criação de gado “inteligente para o clima”.
O gado de corte e leite responde por cerca de 65% das emissões de gases de efeito estufa da pecuária, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O Bovaer pode reduzir as emissões de metano de vacas leiteiras em cerca de 30%, disse um porta-voz da Royal DSM.
“Comparado com cinco a oito anos atrás, o mundo mudou drasticamente”, disse Dimitri de Vreeze, codiretor-presidente da DSM, em entrevista em outubro. “Governos, agricultores, consumidores e proprietários de nossas marcas estão cientes de que é um problema que precisamos enfrentar.”
A Comissão Europeia terá de aprovar a decisão da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos antes de o Bovaer ser distribuído, o que normalmente demora cerca de seis meses. A aprovação da Comissão permitiria à Royal DSM iniciar o desenvolvimento do mercado para o produto na Europa no primeiro semestre do ano que vem, disse a empresa em comunicado.
Em regiões onde o produto já é permitido, agricultores podem comprar pré-misturas com o aditivo ou adicioná-lo em rações para vacas. A empresa também aguarda aprovação na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.