Aceleração mira empresas com soluções de impacto para cidades
A primeira edição do scale-up smart cities da Endeavor procura startups que olhem para setores como mobilidade, energia, lixo e logística
Maria Clara Dias
Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 12h11.
“Buscamos acelerar a nova Loggi no segmento de logística, a próxima Buser no segmento de mobilidade e mais uma Avantia no segmento de segurança”, afirma Victor Xavier, gerente de aceleração de negócios na Endeavor, rede de apoio ao empreendedorismo que anunciou a abertura de inscrições para um programa de aceleração voltado exclusivamente às scale-ups de cidades inteligentes.
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As cidades inteligentes abraçam a tecnologiae se valem da colaboração e inovação para conectar setores - e pessoas - a soluções que tragam melhorias nos grandes centros urbanos. No entanto, o mercado para empresas que desenvolvam soluções de impacto voltadas às chamadas smart cities ainda é tímido: são menos de 200 startups no Brasil que atacam essa frente - e a maioria delas foca em trazer respostas para mobilidade.
Para ampliar esse mercado, a Endeavor promete acelerar 12 startups, entre fevereiro e junho do ano que vem, com a ajuda de mentores da rede e conexão com grandes empresas. Para participar, as startups devem estar em fase de escalae ter um modelo de negóciosólido e validado, time estruturado para o crescimento e foco na velocidade de execução e escalabilidade, segundo a Endeavor.
Valem soluções nos segmentos de mobilidade, logística, turismo, conectividade, economia circular, energia, água, lixo, govtech e segurança.Durante os quatro meses de aceleração, as startups serão acompanhadas de um mentor responsável por ajudá-las com os principais desafios enfrentados por empresas nesta fase de crescimento, comogestão de pessoas, acesso a capital e estratégias de crescimento.
Depois de aceleradas, as empresas também passam a fazer parte do portfólio geral da Endeavor.Além de terem contato direto com as outras empresas da rodada, as selecionadas terão oportunidade de se conectar a grandes players do mercado, em cada um dos segmentos aceitos pelo programa. Na lista, estãoFabricio Bloisi, presidente da Movile e IFood; Bruno Nardon, fundador da Rappi; Sergio Furio, fundador e presidente da Creditas; e João Henrique Bizarro, líder do Turbo, hub de inovação do Ipiranga - que também é patrocinador do programa.
Por que smart cities agora?
A pandemia afetou as relações de consumo e os hábitos comuns às cidades e grandes centros urbanos. A conectividade validou a disseminação de informações, e ao digitalizar processos, também facilitou o crescimento de empresas voltadas ao setor de logística e entregas, transportes, economia circular e até mesmo no setor energia, sobretudo quando falamos em energias renováveis. “Não só estamos passando por uma alteração profunda na realidade das cidades por conta da pandemia, mas também existe uma mudança estrutural trazida pela conectividade, e isso abre oportunidade para vetores de mudança”, diz VitorXavier, gerente do Scale-Up Endeavor.
Segundo Xavier, voltar-se à busca de soluções que possam trazer melhorias em problemas sociais e reduzir o impacto ambiental é a grande prioridade para a Endeavor. “Sabemos que os desafios ambientais e sociais do país são gigantescos, e que existem empreendedores de alto impacto que criam negócios relevantes que ajudam a atacar esses problemas. Nesse programa, especificamente, queremos encontrar as scale-ups que vão transformar a realidade das cidades para melhor, com todas as suas incongruências sociais e ambientais”.
Em 18 diferentes edições, o programa de scale-ups da Endeavor já acelerou 235 empresas em todo o país.As inscrições para o scale-up smart cities podem ser feitas na página do programa até o dia 15 de janeiro de 2021.