ESG

Plano ambiental dos EUA ajuda borboleta e penaliza petrolífera

Texto esboça as ambições dos democratas integrantes da Comissão de Recursos Naturais para gastar cerca de US$ 31,5 bilhões em programas de preservação

A indústria de petróleo e gás arcaria com boa parte desses gastos (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

A indústria de petróleo e gás arcaria com boa parte desses gastos (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 27 de agosto de 2021 às 11h20.

Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 12h48.

Borboletas ameaçadas de extinção e peixes do deserto podem receber milhões de dólares em recursos do governo americano, enquanto as petrolíferas devem enfrentar novas taxas e a proibição da maioria das perfurações offshore. Estes são alguns itens da proposta de uma comissão da Câmara de Deputados para cumprir os pontos principais da agenda econômica do presidente Joe Biden.

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Os detalhes foram resumidos em um documento elaborado pela Comissão de Recursos Naturais ao qual a Bloomberg News teve acesso. A comissão representa um dos painéis internos que estão redigindo trechos de um projeto de lei de 3,5 trilhões de dólares, responsável pela maior parte do plano econômico de Biden. O documento foi distribuído a parlamentares antes da reunião de 2 de setembro, na qual a parte associada a esse painel será votada.

O texto esboça as ambições dos democratas integrantes da Comissão de Recursos Naturais para gastar cerca de 31,5 bilhões de dólares em programas de preservação, análises ambientais e limpeza de minas abandonadas, entre outras prioridades. A proposta – que poderá ser revisada até a semana que vem – prevê aproximadamente 550 milhões de dólares para esforços de recuperação da fauna selvagem, incluindo desembolsos de 25 milhões de dólares cada para borboletas ameaçadas de extinção, mexilhões de água doce e peixes.

A indústria de petróleo e gás arcaria com boa parte desses gastos.

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, informou durante uma entrevista coletiva na quarta-feira que os trabalhos já estavam em andamento, com os líderes da comissão apresentando propostas aos seus painéis sobre o que incluir no projeto de lei de reconciliação do orçamento.

Contatados pela reportagem após o expediente, porta-vozes e vários integrantes da comissão se recusaram a comentar sobre o documento. Um integrante ligado ao Partido Democrata pediu para não ser identificado, mas confirmou a autenticidade do texto. Assessores de deputados republicanos da comissão disseram ter ouvido que o documento existe, mas que não havia sido compartilhado com eles.

Os democratas da comissão pretendem gastar cerca de 3 bilhões de dólares em uma agência para o clima, chamada Corpo Climático Civil. Segundo o documento, o programa seria elaborado nos moldes do Corpo de Conservação Civil, criado na época do New Deal, e geraria empregos em obras de infraestrutura de energia limpa, fechamento de poços inativos e preservação de terras.

Sob o plano, os democratas da comissão querem impor ou aumentar mais de uma dúzia de taxas, penalidades e cobranças de royalties a empresas de petróleo, gás e oleodutos, levantando até 5,6 bilhões de dólares.

As propostas incluem novas taxas para poços de petróleo ociosos, proprietários de oleodutos e inspeção de instalações de petróleo e gás. Também haveria aumento de royalties para alguns minerais, petróleo e gás extraídos de terras públicas.

Os republicanos criticaram o plano como um “ataque ao setor americano de energia”.

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