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António Guterres: "Temos de acabar com a tripla crise planetária das alterações climáticas, da poluição e da perda de biodiversidade", disse secretário-geral da ONU (Eduardo Munoz Alvarez/VIEWpress/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 19 de setembro de 2023 às 09h39.
Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 12h09.
Diplomatas, executivos, representantes dos Estados e da sociedade civil estarão na ONU (Organização das Nações Unidas) para acompanhar o andamento da Assembleia Geral. Neste contexto, o secretário-geral da ONU, António Guterres, discursou na última segunda-feira, 18, no Fórum Político sobre Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (do inglês, High-Level Political Forum on Sustainable Development Goals) em Nova York. Durante a fala, Guterres ressaltou a necessidade de existir um plano de “resgate global”, ou seja, um projeto de declaração política que seja capaz de melhorar o acesso dos países em desenvolvimento ao financiamento necessário para praticar efetivamente os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
“Há oito anos, os estados-membros estavam neste salão para adotar os ODS por meio de uma promessa solene. Uma promessa de construir um mundo de saúde, progresso e oportunidades para todos sem deixar ninguém para trás. E pagamos por ela. Esta não foi uma promessa feita como diplomatas mas feita para as pessoas cercadas pela pobreza ou morrendo de fome em um mundo de abundância”, afirmou António Guterres.
Além disso, Guterres reforçou o compromisso dos estados-membros com as crianças que não têm pleno acesso à educação, famílias refugiadas por conflitos e pessoas vítimas de doenças, além disso o secretário-geral também comentou sobre os impactos das devastações decorrentes de mudanças climáticas.
Para ele, os ODS não são “apenas uma lista de objetivos”, pelo contrário, se trata de um mecanismo para assegurar os direitos humanos, expectativas, sonhos e esperanças das pessoas. “Os objetivos proporcionam um caminho mais seguro para cumprirmos as nossas obrigações previstas na Declaração Universal dos Direitos Humanos, agora no seu septuagésimo quinto ano”, afirmou Guterres.
Porém, o secretário-geral reforçou os desafios: apenas 15% das metas estão sendo cumpridas e muitas estão retrocedendo. “Corremos o risco de deixar os ODS para trás”, disse Guterres.
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Guterres afirmou que, para alcançar um financiamento estruturado, é preciso apoio claro aos ODS de, pelo menos, 500 bilhões de dólares por ano – juntamente com a criação de um “mecanismo eficaz de alívio de dívidas” para suspensões de pagamentos, aumento de prazos de empréstimos e possibilidade de taxações mais baixas. Com isso, o secretário-geral propõe, um novo modelo de negócios para que a arquitetura financeira internacional alavanque o financiamento privado para auxiliar os países em desenvolvimentos.
De acordo com o secretário, o esforço depende da união entre autoridades locais, empresas e instituições financeiras e a ONU para gerar iniciativas de alto impacto. Para isso, Guterres lista alguns pontos para apoiar transições que consideram urgentes. Sendo eles: luta contra a fome por meio de sistemas alimentares com dietas saudáveis e nutritivas, transição para energias renováveis por meio do investimento em descarbonização, apoio a digitalização em 100 países juntamente com a proposta do Pacto Digital Global para a criação de sistemas digitais seguros para democratização do acesso à internet.
O secretário-geral também reforçou outros tópicos importantes, como: a luta contra a educação de má qualidade e a exclusão digital, a criação de trabalho digno e proteção social para mais de 4 bilhões de pessoas e o posicionamento contra a crise planetária.
“A guerra contra a natureza deve parar. Temos de acabar com a tripla crise planetária das alterações climáticas, da poluição e da perda de biodiversidade. Estamos montando um grupo de países para criar formas de reformar as políticas econômicas e colocar a natureza e a biodiversidade no centro de todas as tomadas de decisões, garantindo, assim, a plena igualdade de gênero. Já passou da hora de acabarmos com a discriminação para garantir um lugar para mulheres em todas as mesas e acabar com a violência de gênero”, afirmou Guterres.
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