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Olha o biogás: Ultragaz inicia distribuição de GLP feito de óleo de soja

O gás a partir do biocombustível, utilizado em residências e restaurantes, pode diminuir as emissões de carbono em até 80%, se comparadas com as emissões provenientes do uso do carvão

Biocombustível: Ultragaz começa distribuição de gás feito com base de oléo de soja (Ultragaz/Divulgação)
Fernanda Bastos

Repórter de ESG

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 10h37.

Última atualização em 31 de janeiro de 2024 às 14h50.

A Ultragaz, companhia que atua com distribuição de gás para domicílios e empresas, inicia a distribuição de bioGLP, uma alternativa renovável ao “gás de botijão”. Ao contrário do GLP tradicional feito a partir de gás liquefeito de petróleo, o bioGLP é feito de óleo de soja. A iniciativa é uma parceria com a Refinaria Riograndense (RPR), antes Refinaria de Petróleo Ipiranga.

"Hoje o GLP alcança praticamente 100% dos municípios brasileiros, sendo considerada a fonte energética de alcance, e com importante papel na transição energética em vários setores industriais, por chegar em lugares que o gasoduto e a eletricidade não alcançam. Assim, o GLP é uma fonte de energia para vários consumidores industriais e comerciais substituindo combustíveis pesados de alta emissão como óleo e lenha”, afirma Aurelio Ferreira, diretor de marketing e experiência do cliente da Ultragaz em entrevista à EXAME .

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A empresa, que participa do grupo de trabalho da Associação Mundial de GLP, que vem estudando biocombustíveis, foi a responsável pela popularização do GLP no Brasil na década de 1930, diz Ferreira. Já em “Usar energia para mudar a vida das pessoas”, foi o propósito redesenhado pela companhia.

Pensando nisso, em 2020, a Ultragaz realizou estudos para expandir o portfólio. Um dos produtos estudados foi o bioGLP, que mantém as características do GLP tradicional como, por exemplo, o grande potencial de queima, maior que do gás natural e do óleo diesel.

A empresa se uniu à Universidade de São Paulo (USP) para estudar como produzir o biocombustível, considerando os pormenores da realidade brasileira, as matérias-primas e os processos de desenvolvimento disponíveis. E, em 2022, o biocombustível foi produzido pela primeira vez no país em laboratório.

“O bioGLP tem todas as qualidades e propriedades que eu já teria no GLP, com o mesmo alcance e capilaridade. Mas é um produto que tem uma economia de carbono na quantidade de emissões de carbono. O que contribui fortemente para a descarbonização da pegada de carbono dos nossos clientes”, diz Ferreira.

O bioGLP pode reduzir de 70% a 80% as emissões de carbono geradas no processo de queima, quando comparado com o carvão, por exemplo. O lote piloto é composto de 140 toneladas de combustível renovável que será distribuído aos parceiros. Segundo a Refinaria Riograndense projeta potencial de 30 mil toneladas por ano no período de dois anos, em caso de êxito.

Foram definidos segmentos industriais para que 140 toneladas do biocombustível fossem injetadas no mercado. A ideia é colocar em uma escala contínua. O executivo ainda ressalta a possibilidade de haver uma mistura dos dois tipos de GLP para a comercialização e armazenando no mesmo botijão, tanque ou usando o mesmo forno ou queimador do GLP tradicional.

“Enxergamos essa produção como complementar ao GLP tradicional e como um plano a longo prazo. Isso não só no Brasil, mas no mundo. A produção vem crescendo, mas estamos falando de algo voltado para o futuro. Hoje é um marco, uma data importante, mas temos uma longa jornada pela frente”, afirma Ferreira.

O ESG na companhia

A empresa brasileira de distribuição de gás atua em sustentabilidade seguindo uma tríade: inovação, pessoas e governança. A primeira delas, é responsável pelo estudo, análise e desenvolvimento de soluções com foco na transição energética.

Já o segundo pilar, considera as comunidades ao redor das zonas de atuação do negócio, e o terceiro trabalha as questões de integridade corporativa. A Ultragaz também atua no setor de elétrica renovável, gás natural comprimido e biometano.

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