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“O jovem não pode dar certo por sorte, como no Brasil”, diz CEO da Klabin

No podcast ESG de A a Z, Cristiano Teixeira analisa o papel da juventude na transição para a economia de baixo carbono

(Germano Lüders/Exame)
RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 23 de novembro de 2021 às 14h52.

Última atualização em 22 de junho de 2022 às 16h20.

O primeiro emprego de Cristiano Teixeira, CEO da Klabin, fabricante de papel e celulose, foi como feirante. Teixeira nasceu e cresceu na periferia de São Paulo, entre os bairros da Brasilândia e de Pirituba. Seus pais eram analfabetos. Seu esforço o levou a ocupar um cargo de alto prestígio, porém, apesar do sucesso, ele considera injusto o fato de ter tido de fazer escolhas importantes no início da vida.

“O jovem não pode dar certo por sorte ou acidente, como no Brasil”, afirmou Teixeira, convidado desta semana do podcast ESG de A a Z , produzido pela EXAME. “Considero o Brasil um país democrático, a questão é que o estado ainda não encontrou uma forma de atender aos anseios da população.”

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Teixeira conversou com a reportagem durante a COP26, a Conferência do Clima da ONU, realizada em Glasgow, Escócia, nas duas primeiras semanas de novembro. Ele havia acabado de participar de um café da manhã com lideranças jovens presentes ao evento.

“Eu nasci no início dos anos 70 e passei a juventude nos anos 80, num período de transição de regime, fase da nossa história muito marcada pela ausência de estado”, disse Teixeira. Minha geração se expressava pelo grafiti, pelo rap. Hoje, eu vejo uma juventude muito mais eloquente. O que não podemos fazer é deixar de ouvir a juventude ou, pior, não garantir oportunidades. Para isso, é preciso ter uma presença maior do estado.

O executivo também comentou sobre os compromissos feitos por diversas empresas, durante a COP26, de atingir a neutralidade em carbono. Para ele, ainda que o movimento seja positivo, falta ambição. “As empresas estarão mais no papel de acabar com a produção por extração que acontece desde o início da Revolução Industrial. São mais de 200 anos de extrativismo”, afirmou Teixeira.

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