(Chesnot / Colaborador/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 19 de maio de 2021 às 11h36.
Élisabeth Moreno, ministra negra que comanda a pasta de diversidade do governo Emmanuel Macron, criticou a “cultura do cancelamento”, em uma forte repreensão ao chamado “wokeness” nos EUA, termo que indica a consciência sobre questões sociais como racismo e desigualdade.
Você conhece as três letras que podem turbinar seus investimentos? Conheça a cobertura de ESG da EXAME Invest Pro
“A cultura ‘woke’ é algo muito perigoso e não devemos trazê-la para a França”, disse a ministra da Igualdade de Gênero e Diversidade da França à Bloomberg, às margens de uma entrevista para a TV na terça-feira. Ela acrescentou que os excessos da cultura do cancelamento “expulsam as pessoas dos debates em andamento porque pensam o contrário”.
A ministra de 50 anos, nascida em Cabo Verde, disse que embora a maior consciência sobre as desigualdades sociais, de gênero e raciais e injustiças que surge com a “cultura woke” nos EUA seja uma consequência bem-vinda, ninguém deveria ser excluído do debate.
“As pessoas estão se manifestando, e isso é bom”, disse Moreno. “Todos deveriam lutar contra a discriminação. Você não pode pedir a alguém para não falar sobre um assunto, porque a pessoa não seria legítima. Isso não faz sentido.”
Embora o termo “woke” (do verbo wake, despertar) tenha raízes francesas, sendo rapidamente adotado por algumas pessoas na França, o conceito agora é criticado como uma importação dos EUA, que leva à censura e à intolerância em nome do politicamente correto. A própria Moreno disse uma vez que os homens brancos geralmente são favorecidos quando se trata de encontrar emprego, mas rapidamente acrescentou que não queria usar o termo “privilégio dos brancos”, por ser um termo polêmico nos EUA.