ESG

Goldman segue outros bancos e começa a explorar ações verdes

Treze anos depois da emissão do primeiro título verde, alguns segmentos do setor financeiro agora trabalham na criação de um mercado que atenda a indicadores climáticos

Goldman Sachs (Brendan McDermid/Reuters)

Goldman Sachs (Brendan McDermid/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 20 de maio de 2021 às 18h30.

Por Frances Schwartzkopff, da Bloomberg

O responsável por finanças sustentáveis do Goldman Sachs diz que o banco está fazendo uma experiência com ações verdes, adicionando seu peso a uma nova categoria de ativos favoráveis ao clima.

“Estamos vendo movimento, apenas em termos do produto rotulado real”, disse John Goldstein, que comanda o grupo de finanças sustentáveis do Goldman. “Quando, onde e como chegaremos à ação verde real, veremos”, afirmou em entrevista.

Treze anos depois da emissão do primeiro título verde, alguns segmentos do setor financeiro agora trabalham na criação de um mercado para ações verdes que atendam a indicadores climáticos mensuráveis. A nova classe de ativos proporcionaria a investidores que buscam objetivos ambientais, sociais e de governança, ou ESG na sigla em inglês, um novo lugar para investir e, potencialmente, direcionar alguns fluxos de capital para longe dos mercados de dívida.

O Goldman trabalhou recentemente em uma transação privada que envolvia conseguir para um fabricante de janelas a designação necessária para emitir ações verdes, o que “foi um passo importante nessa direção”, disse Goldstein.

“Acho que é uma questão em aberto de como isso vai surgir, mas acho que é por isso que foi um caso inicial muito bom”, afirmou.

As ações verdes parecem ter estreado na Suécia, onde um dos maiores bancos do país afirma ter sido o primeiro a coordenar uma operação no mercado. Adaptando procedimentos para a emissão de títulos verdes para a venda de ações, o Swedbank já coordenou três transações desse tipo. O CEO do banco, Jens Henriksson, diz que a instituição avançou sozinha com a ausência de padrões globais.

“Você precisa dar um passo à frente”, disse Henriksson. “Achamos que foi uma boa solução e que funcionou bem. Mas é claro que terá seus pontos fracos e a competição trará os mais fortes.”

O SEB, banco sueco que ajudou a coordenar a emissão do primeiro título verde em 2008, está “bastante” avançado em negociações para desenvolver uma estrutura, de acordo com Christopher Flensborg, diretor de clima e finanças sustentáveis da instituição com sede em Estocolmo.

Dívida domina

O mercado ESG tem sido dominado por produtos de renda fixa desde que o SEB subscreveu o primeiro título verde do Banco Mundial, há mais de uma década. Este ano, as emissões de dívida ESG podem atingir US$ 1 trilhão, de acordo com a Bloomberg Intelligence. Investidores também apostam em fundos de índice ESG: as entradas subiram pela 49ª semana consecutiva.

Goldstein, do Goldman, diz que, com o ambiente político mais favorável, a demanda por ativos ESG deve aumentar.

“Se olharmos para 2020, que foi um ano notável para o investimento sustentável em ESG, e tudo isso aconteceu com a política federal dos EUA como obstáculo bastante pronunciado”, disse. Agora, segundo Goldstein, os Estados Unidos jogam a favor.

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