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O fundo soberano da Noruega, com 1,3 trilhão de dólares sob gestão, planeja manter as posições atuais em combustíveis fósseis, pois aposta que pode estimular mudanças dentro do setor para combater as emissões de carbono (Alexandros Maragos/Getty Images)
Leo Branco
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 15h27.
O fundo soberano da Noruega, com 1,3 trilhão de dólares sob gestão, planeja manter as posições atuais em combustíveis fósseis, pois aposta que pode estimular mudanças dentro do setor para combater as emissões de carbono.
“Não temos planos adicionais de sair de combustíveis fósseis”, disse na quinta-feira a diretora de governança e conformidade, Carine Smith Ihenacho, depois da publicação da lista de 15 empresas excluídas do portfólio do fundo em 2020.
“Parte das avaliações foi justamente que deveríamos ser donos de empresas de energia maiores e integradas, e contribuir como donos para que cumpram a transição para uma sociedade de baixo carbono de maneira positiva.”
O maior fundo soberano do mundo, com sede em Oslo, gerou 123 bilhões de dólares em retornos no ano passado, marcando seu segundo melhor desempenho de todos os tempos em grande parte devido às ações de tecnologia.
Algumas das maiores perdas, no entanto, foram relacionadas a posições em petroleiras e à saída de ações focadas na exploração e produção da commodity. Ao mesmo tempo, o CEO Nicolai Tangen deixou claro que quer aumentar o foco na sustentabilidade.
O fundo disse que as 15 ações excluídas de seu portfólio no ano passado foram eliminadas com base em critérios éticos, desde violações dos direitos humanos a graves danos ambientais. O fundo excluiu outras 32 empresas, que não foram identificadas, com base na avaliação de riscos ambientais, sociais e de governança.
O fundo detém cerca de 1,5% de todas as empresas listadas globalmente, e investiu em 225 companhias do setor de petróleo e gás no ano passado em relação a 311 em 2019. Royal Dutch Shell e BP ficaram entre os investimentos de pior desempenho, segundo o fundo.
Embora o fundo queira que as empresas nas quais investe tenham metas claras de redução de emissões, não pediu explicitamente que sejam neutras em carbono até 2050, de acordo com Ihenacho. As metas das empresas ainda assim precisam ser compatíveis com o Acordo de Paris, e o fundo se concentrará nos planos das companhias para cumprir os objetivos, disse em entrevista.
“Nossas expectativas estão bem ancoradas ‘rumo ao zero’ em 2050”, disse Ihenacho. “O que importa é entender como as empresas acreditam que vão chegar lá. Uma coisa é dizer que devem estar zeradas em 2050. Estamos preocupados com as metas de curto, médio e longo prazos. Acreditamos que isso é igualmente importante.”
Aqui está a lista completa de exclusões de 2020:
Exclusões anteriores da Drax Group, AECOM e Texwinca Holdings foram revogadas, enquanto quatro empresas, incluindo a BHP, agora estão em uma lista de observação.