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AES Brasil: Empresa do setor de energia participa de novo episódio do podcast ESG de A a Z, da EXAME (Germano Lüders/EXAME.com)
Repórter de ESG
Publicado em 2 de janeiro de 2024 às 13h41.
Última atualização em 2 de janeiro de 2024 às 18h17.
A AES Brasil, subsidiária da companhia norte-americana AES Corporation, está no Brasil há mais de 20 anos e hoje conta com uma variedade de produtos, atuando com a produção hidrelétrica, eólica e também solar. “As emissões para a geração de energia são um dos maiores desafios globalmente. Então os clientes têm esse compromisso de reduzir as emissões na cadeia produtiva e isso precisa passar por energia. Os investidores também estão muito interessados em promover o desenvolvimento das renováveis”, disse Rogério Jorge, CEO da AES Brasil.
Jorge é o convidado do mais recente episódio do podcast ESG de A a Z da EXAME. Em comversa com Rodrigo Caetano, editor de ESG da EXAME, o executivo apontou os possíveis caminhos em direção ao desenvolvimento da energia renovável no Brasil e no mundo, no contexto pós-Conferência do Clima (COP28).
Uma das iniciativas globais divulgadas pelo documento oficial ao final da COP28 foi a meta para triplicar a geração de energia renovável. “Acho que esse compromisso de triplicar o desenvolvimento da implantação de energias renováveis começa a partir do momento que aumenta a velocidade de desenvolvimento e crescimento de novos empreendimentos”, afirmou Jorge. O CEO comenta que parte da decisão foi impulsionada pelo posicionamento global de busca para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, ao invés de flexibilizar para 2ºC.
Para Jorge, é necessário “aumentar o metabolismo da implementação” para que a meta seja alcançada e existem alguns pontos que são desafios para este desenvolvimento como a questão de investimentos e a diversificação das cadeias produtivas que contam hoje com commodities internacionais – além da questão de conexão e linha de transmissão. No Brasil, por exemplo, cerca de 70% do consumo de energia renovável está localizado no Sudeste, enquanto 70% das renováveis são produzidas no Nordeste e, este “trâmite energético” custa caro.
Aplicar energia renovável é um processo que exige algumas etapas, mas que tem sido facilitadas se comparadas com outras produções energéticas. “O governo prepara o plano decenal de expansão do sistema, onde ele prevê como o consumo vai subir, ou seja, como esse consumo vai ser atendido e que estrutura precisa ser construída para que o país tenha essa geração? Por isso, existem os leilões de transmissão, antes levaria de 5 a 10 anos para fazer um projeto de uma hidrelétrica de grande porte. Já os projetos solares eólicos, demoram cerca de 1 ano e meio a 3 para serem desenvolvidos a partir do início da construção”, afirma Jorge.
Mas o processo de adequação não para no licenciamento, existem contrapartidas ambientais e sociais a serem consideradas. “Do ponto de vista ambiental, existe toda a parte de licenciamento dos projetos e levantamento de toda a parte arqueológica e de impacto na comunidade local, na flora, fauna e nos rios. Já considerando as comunidades, a mesma coisa, você vai avaliar o impacto não só da comunidade local que aquele projeto tem, mas de todo mundo que pode ser afetado ao longo do tempo. Se vai passar, carreta, caminhão ou linhas de transmissão, se vai passar por área de preservação, existe uma interação grande para poder adequar as rodovias, poder negociar com as prefeituras locais e com as próprias comunidades. A operação conta com vários órgãos reguladores e governamentais das esferas municipal, estadual e federal, interagindo bastante com o pessoal do legislativo, executivo e, algumas vezes, com o judiciário”, diz Jorge.
Para o CEO, o grande desafio da matriz renovável é ser, ao mesmo tempo, limpa, barata e confiável. Porque é fácil atender dois pontos dos três, como por exemplo, ser barata e confiável mas talvez não limpa. Gerar energia que seja acessível do ponto de vista financeiro está atrelado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas). “Esse é o desafio, equilibrar os interesses e dar subsídios para o desenvolvimento”, afirma Jorge, encarando, assim, a energia como meio e não como fim.
A AES Brasil, que já foi destaque no setor de Energia do prêmio MELHORES E MAIORES, da EXAME nos anos de 2005, 2006, 2008 e 2009, se preocupa com a questão do custo benefício para os cidadãos e conta com uma série de projetos. Um deles é a criação de um datacenter no Rio Grande do Norte para alimentar a produção da Microsoft, em um dos setores que podem ser mais eletrointensivos.
Para Jorge, a eletrificação é sim uma resposta para descarbonizar as produções. “Há 5 anos atrás, nós éramos integralmente hidrelétricos. Nós tínhamos 2,5 GB de capacidade e, hoje, nós temos 5.2 de capacidade total, ou seja, nós mais do que dobramos o tamanho da companhia em 5 anos pela expansão das [fontes] renováveis, que nós chamamos de não convencionais”, afirma Jorge. A expansão do negócio se deu, em partes, pela construção de novos parques e pela aquisição de parques existentes, como é o caso de parques solares e mais de 10 usinas localizadas no estado de São Paulo – além de aquisições no Rio Grande do Norte, Ceará e Pernambuco.
“Diversificação te ajuda a ter competitividade, porque o fato de você ter fontes diferentes em estados diferentes, onde um gera energia de dia, o outro gera de noite, um pode gerar mais no verão e outro no inverno. Essa complementaridade te ajuda a ser mais competitivo, porque o cliente quando consome, por exemplo, a Microsoft ou a Unipar, que é uma cliente nossa produtora, produzem 24 por 7. Precisamos entregar energia de forma eficiente e com menos riscos, sem depender tanto das variáveis como sol e ventos”, diz Jorge.