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Entenda a nova loja sustentável da Renner, maior varejista de moda do país

Marca inaugura a primeira “loja circular” do país, localizada no Rio de Janeiro; proposta é transformar mais uma filial para esse formato em 2022

Nova loja tem fachada diferente, mais ampla e transparente (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

Nova loja tem fachada diferente, mais ampla e transparente (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 30 de outubro de 2021 às 06h00.

Última atualização em 30 de outubro de 2021 às 11h41.

Seguindo os planos anunciados em junho de 2021, a Renner inaugura neste sábado a primeira loja que atende a um novo formato de sustentabilidade proposto pela empresa, chamado de “loja circular”. O projeto deve colaborar para reafirmar o compromisso da empresa com práticas de sustentabilidade -- um dos pilares defendidos pela empresa desde 2014. 

A primeira loja a receber esse projeto é a unidade do shopping Rio Sul, localizada no Rio de Janeiro. Trata-se de uma unidade que já existia antes, mas que, ao ser reformada dentro do cronograma da empresa, teve esse cronograma repensado de modo a atender às premissas de economia circular que a empresa esperava colocar em prática desde 2019. 

“Preferimos usar uma loja já consolidada, que tivesse um público cativo, uma boa circulação. Essa loja já estava no nosso cronograma de reformar e aproveitamos a oportunidade para inserir nela, pela primeira vez, todo o processo de economia circular que tanto queríamos colocar em prática”, diz Fabiana Taccola, diretora de Operações da Lojas Renner, à EXAME.

Na prática, a nova loja teve um projeto cuidadoso, em que todos os pontos da reforma foram repensados: desde o uso de aço estrutural até o consumo de água e o descarte de roupas, tudo foi idealizado para atingir o mínimo impacto possível ao meio ambiente.

Tudo começa com os materiais de obra: a Renner deixou de usar, nessa loja, 8,5 toneladas de aço estrutural -- já que foram priorizados materiais mais sustentáveis, reciclados ou recicláveis. Ainda na parte pré-operação, a companhia conseguiu reaproveitar 97% dos materiais utilizados, deixando de destiná-los a aterros. Para isso, a companhia escolheu cuidadosamente os fornecedores e levou a eles, desde o design do projeto, todos os objetivos a serem atingidos com a nova loja: usar menos matéria prima, reduzir resíduos e levar em conta outros fatores relacionados à economia circular. 

Na parte de energia, a loja é abastecida por energia renovável, originada de fonte eólica. Segundo a Renner, a emissão de gás carbônico evitada na construção e operação da loja, em 20 anos, corresponde à restauração de uma área de 1,5 hectare de Mata Atlântica. E, no consumo de água, a loja deve consumir 56% menos do que empreendimentos com padrões de construção tradicionais, o que deve gerar uma economia de 420 mil litros por ano.

E, ainda no aspecto pré-abertura, todos os móveis da loja foram desenvolvidos de forma sustentável. Novamente, a Renner afirma que priorizou o uso de materiais recicláveis e diminuiu a quantidade de materiais utilizados. “Houve uma redução de 37% na quantidade de MDF, além da eliminação do uso de vidro e pinturas, por exemplo”, diz Eduardo Ferlauto, gerente geral de Sustentabilidade.

Além de colocar a sustentabilidade para dentro de casa, a Renner quer tornar a nova loja um espaço de conscientização para novos clientes. Por isso, instalou painéis de LED e placas explicativas no local, com QR Codes que poderão ser acessados pelos clientes para saber mais sobre a origem dos produtos, processos produtivos e a história das coleções. 

A nova loja também vai abrigar o Espaço Re, um local que deve ter uma seleção de peças com o “Selo Re”, marca da Renner de produtos que têm impacto menor ao meio ambiente durante a produção. Ao todo, os produtos com o selo já somam 130 milhões de peças vendidas.

Espaço Re: promover peças mais sustentáveis é o compromisso da Renner na nova loja (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

Na outra ponta, para quem quiser descartar produtos -- como embalagens de itens de perfumaria e beleza -- a loja terá um coletor do Ecoestilo, serviço de logística reversa da marca, que já coletou 155 toneladas de itens descartados por clientes nas lojas. Em relação à reutilização de roupas, a Renner mantém desde o ano passado uma parceria com o brechó on-line Repassa. 

E, por fim, usando a nova loja como um espaço para fomentar compras no ambiente digital, a empresa também disponibiliza na nova loja totens em que é possível ver o catálogo digital do estoque omnichannel da marca. Além disso, a loja deve ter 60% mais caixas de autoatendimento e dispositivos de Venda Móvel, que são operados por colaboradores para ajudar a finalizar vendas. São pontos que completam a oferta já presente nas lojas da marca: hoje, é possível pagar com cartão de crédito sem precisar ir ao caixa, apenas acionando um colaborador que ande com uma "maquininha" em mãos.

Ao todo, o valor investido na nova loja foi de R$ 16,6 milhões. A Renner comemora os resultados e aponta, como principal desafio, tornar esse novo modelo de loja escalável para as demais filiais da varejista. “A principal diferença dessa loja é o investimento em pesquisa. O próprio desenvolvimento do conceito. Foi aí que a gente investiu mais. Temos que ganhar escalabilidade, mas os padrões de construção dela estão relativamente próximos aos das demais unidades. Não é uma loja absurdamente mais cara”, diz Fabiana.

E, para isso, a empresa não pretende perder tempo. A Renner tem mais uma inauguração de loja nos mesmos moldes prevista para o primeiro semestre de 2022, também no Rio de Janeiro, no shopping Jacarepaguá. 

O projeto da nova loja sustentável completa as iniciativas de sustentabilidade da Renner. A marca já tem, desde 2014, a certificação LEED, que reconhece construções civis com boas práticas ambientais e, desde 2016, neutraliza 100% das emissões de CO2. E, para este ano, as metas de sustentabilidade incluem: ter 80% dos produtos mais sustentáveis, sendo 100% do algodão certificado; suprir 75% do consumo corporativo de energia com fontes renováveis de baixo impacto; reduzir em 20% as emissões de CO2 em relação aos níveis de 2017; e ter toda cadeia nacional e internacional de fornecedores com certificação socioambiental. 

Visual da nova loja: mais espaço e valorização de coleções sustentáveis (Lucas Jones Dias/Renner/Divulgação)

Como forma de estender esse impacto positivo para além das próprias instalações, o Instituto Lojas Renner, braço social da varejista, passou a desenvolver algumas ações ligadas ao desenvolvimento local. Entre elas, destaca-se a “Varejo Plural”, que capacitou profissionalmente 28 pessoas de grupos minoritários para trabalharem com costura (sendo que nove dessas pessoas já foram contratadas pela varejista), além da parceria com o aplicativo SOS Costura, ao qual já conectou dezenas de mulheres de regiões periféricas do Rio de Janeiro. 

“O  Instituto Lojas Renner já vem de um trabalho desde 2008 com foco em empoderamento feminino na cadeia têxtil. Procuramos expandir o nosso trabalho social olhando a nova loja e buscando, por meio dos projetos do instituto, capacitação e desenvolvimento profissional para as comunidades locais, algo que queremos expandir para outras cidades sem dúvida”, diz Eduardo. 

Às vésperas da COP26 -- e em um momento no qual empresas preocupadas com questões de sustentabilidade mostram maior resiliência e apelo diante de acionistas, como mostra estudo da Itaú Asset, a Renner “dobra a aposta” em ESG como uma tentativa de se manter sempre à frente. Diante de uma concorrência que também mostra cada vez mais preocupação com o meio ambiente -- C&A e Riachuelo contam com projetos sociais e dedicados a reduzir a pegada ambiental -- realmente, não dá para perder tempo. 

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