ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Em apenas 10 dias, 1% dos mais ricos do mundo esgotou 'cota' anual de emissões

Relatório da Oxfam considera a quantidade máxima de CO2 que pode ser emitida sem ultrapassar o aquecimento de 1,5°C estipulado pelo Acordo de Paris

Os bilionários emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida (Tomas Ragina/Getty Images)

Os bilionários emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida (Tomas Ragina/Getty Images)

Sofia Schuck
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 12h07.

Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 12h39.

Bastaram dez dias de 2025 para que o 1% mais rico da população global atingisse seu limite anual de emissões de carbono, segundo relatório da Oxfam. A cota considera a quantidade máxima de CO2 que pode ser emitida sem ultrapassar o aquecimento de 1,5°C estipulado pelo Acordo de Paris e a organização sugere que o grupo precisaria mitigar em 95% até 2030. 

O marco foi batido em 10 de janeiro e chama a atenção para o fato de os super-ricos contribuírem de forma desproporcional para a crise climática, ao mesmo tempo que são os que menos sofrem seus impactos. 

Por outro lado, a metade mais pobre da população levaria quase três anos (1.022 dias) para atingir o mesmo nível de emissões, o que evidencia a (in)justiça climática e os impactos devastadores da emergência climática para comunidades mais vulneráveis. 

Nafkote Dabi, líder de Política de Mudanças Climáticas da Oxfam Internacional, destacou em nota que o futuro do planeta está por um fio. "Apesar da urgência, os super-ricos continuam desperdiçando as chances da humanidade com estilos de vida extravagantes, investimentos poluentes e influência política nociva. Isso é um roubo puro e simples: uma pequena elite está roubando bilhões de pessoas de seu futuro para alimentar sua ganância insaciável”, disse. 

Bilionários, os maiores culpados

Dados já mostram que os bilionários emitem mais carbono em 1,5 hora do que uma pessoa média em toda sua vida — seja pelo seu alto consumo, seja por viagens em jatinhos e iates de luxo, seja em investimentos em indústrias poluentes.

Segundo dados do  Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente da ONU, os mais ricos emitem 76 toneladas anuais por pessoa, enquanto a metade mais pobre emite apenas 0,7 tonelada. Para cumprimos o limite do Acordo de Paris, o orçamento anual de carbono por indivíduo seria de 2,1 toneladas. 

O relatório também destaca que as emissões do grupo mais rico já causaram trilhões de dólares em danos econômicos, perdas agrícolas extensas e milhões de mortes em todo mundo. Enquanto isto, os países em desenvolvimento receberam três vezes menos valores de financiamento climático do que o necessário para enfrentar os desafios impostos pela nova realidade do clima. 

Quem paga essa conta? 

Na Conferência do Clima da ONU (COP29) em Baku, no Azerbaijão, ativistas e organizações cobraram  a taxação de super-ricos, pedindo para que paguem pelos danos que estão causando ao planeta. A medida poderia gerar trilhões de dólares em financiamento e também foi pauta da Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, com uma menção na cartal final brasileira.

Segundo a proposta do Ministério da Fazenda, uma taxação de 2% sobre o patrimônio de super-ricos poderia gerar US$ 250 bilhões por ano para investimentos no combate à desigualdade e visando a transição ecológica. 
Acompanhe tudo sobre:SustentabilidadeESGEmissões de CO2Mudanças climáticasClimaBilionários

Mais de ESG

A eleição de Trump pode intensificar a crise climática?

“Hype do ESG não passou e debate é se transição evitará mudança climática catastrófica”, diz Dubeux

Na contramão do Vale do Silício, Apple levanta voz em defesa da diversidade

Os três temas que devem nortear a liderança brasileira na COP 30, em Belém