ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Em 1984, a Basf criou uma ação para atender a lei ambiental, e descobriu uma estratégia de negócios

O Programa Mata Viva recuperou, em 4 décadas, 875 hectares de florestas, com benefícios para a empresa, o meio ambiente e a sociedade. Todo mundo saiu ganhando

Na cidade de Guaratinguetá, em São Paulo, empresa cultivou 350 mil mudas nativas (BASF/Divulgação)

Na cidade de Guaratinguetá, em São Paulo, empresa cultivou 350 mil mudas nativas (BASF/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 23 de julho de 2024 às 07h00.

Tudo sobreBasf
Saiba mais

Em 40 anos, o Programa Mata Viva,  iniciativa da indústria química BASF, recuperou 875 hectares de florestas, acumulando mais de 1,3 milhão de árvores plantadas. O programa visa revitalizar as florestas e matas ciliares próximas às fábricas da companhia a partir do replantio de mudas de espécies nativas. Além de ajudar a reduzir o impacto negativo das operações industriais, e contribuir para as metas ambientais da empresa, as florestas corporativas ajudam na conservação da biodiversidade nas regiões.

Tudo começou com uma exigência legal. Em 1984, a Basf plantou suas primeiras árvores na cidade de Guaratinguetá, interior de São Paulo.  O intuito era cumprir as exigências do Código Florestal em vigor à época. Após a recuperação da quantidade mínima de hectares, a empresa viu que os benefícios poderiam ir além do departamento jurídico e ajudar, também, na estratégia de negócios. Em especial, como abatimento de emissões de carbono. A preservação de recursos hídricos também foi beneficiada: a queda de consumo de água na fábrica foi de 80% desde 2002.

A empresa, então, replantou e recuperou mais de 350 mil árvores ao redor do rio Paraíba do Sul, e constatou que o benefício da política ambiental não se limitava a seus muros: com a recuperação das matas ciliares, houve melhoria na qualidade e na quantidade de água disponível na região. De acordo com Mariana Sigrist, consultora de Sustentabilidade da BASF para América do Sul, isso aconteceu por que as árvores no local atuam como ‘esponjas, evitando transbordamentos e desastres causados pelo aumento da água do rio. As árvores restauradas ocupam 157 dos 382 hectares de mata ciliar e formam a maior área verde urbana na cidade.

Quem também participa da ação é a Fundação Eco+, instituição criada pela BASF para atender às necessidades ambientais de cada local e organização. “A Fundação conta com especialistas em florestas, que determinam quais as espécies devem ser plantadas em cada área”, explica Sigrist. “É como um laboratório vivo de recuperação das florestas e matas ciliares.”

Expansão e biodiversidade

A partir do sucesso em Guaratinguetá, o programa foi expandido para outras cidades com operação da BASF em São Paulo, como Jacareí, Santo Antônio de Posse e São Bernardo do Campo. Para a consultora, o projeto também beneficia ao integrar a comunidade ao redor das fábricas no projeto. “A floresta é um benefício para todos. Por isso, tentamos ampliar o diálogo com os moradores por meio de um conselho comunitário consultivo, que inclui membros da comunidade e da BASF. Ele serve para permitir que conheçam o trabalho que fazemos na área ambiental e na floresta. É trazer a comunidade para dentro de casa”, conta.

O aumento da floresta também atraiu diferentes espécies de animais. Há quatro anos, a empresa faz um inventário da fauna e flora na área reflorestada, onde foram encontradas mais de 111 espécies de aves, 14 de mamíferos, cinco de serpentes e três lagartos, além de outros anfíbios e peixes nos corpos-d’água. Eles dividem espaço com 196 espécies de plantas e árvores. “A gente acredita que é pouco reduzir só o nosso consumo e os nossos indicadores. Precisamos colaborar para melhorar toda a comunidade e sociedade”, afirma a consultora.

Para Sigrist, o trabalho feito em Guaratinguetá e outras cidades de São Paulo também é uma questão de saúde. “A Organização Mundial da Saúde recomenda que o índice de área verde seja de 12 metros quadrados por habitante. Em Guaratinguetá, com o Mata Viva, chegamos a 17 metros quadrados”, conta.

O Mata Viva também recebe visitas de escolas e universidades da região. O objetivo é permitir a troca entre os alunos e a natureza, parte essencial de programas de educação ambiental. “Muita gente não conecta as mudanças climáticas com a preservação das florestas. Atrelar esses fatores é importante para conscientizar crianças pequenas, escolas inteiras e até mesmo estudantes do ensino superior”, conta.

A próxima meta da empresa é levar o programa e suas iniciativas para outros países em que a BASF atua, como Argentina e Chile, com a inteligência de mercado que a Fundação ECO+ possui. “O Chile, por exemplo, enfrenta crises hídricas constantes, então levar iniciativas como o Mata Viva para lá, se espelhando nas experiências do Brasil, pode melhorar a questão e inspirar outras empresas”, conta a especialista.

Acompanhe tudo sobre:BasfBiodiversidadeESGReflorestamentoCódigo florestal

Mais de ESG

Incêndios reduzem estoque de carbono na Amazônia e Cerrado em até 68%, diz estudo

Casca de sururu e cera de depilação deixam de ir para o lixo

Os efeitos perversos dos jabutis incluídos no PL das Eólicas Offshore

Vazamento de petróleo russo no Mar Negro polui 49 km de praias