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Do ensino básico à pesquisa: a experimentação como forma de concretização do conhecimento físico

Como superar a barreiras com experimentação na educação e na pesquisa em física no Brasil é tema de artigo escrito pelo grupo Jovens Cientistas Brasil

O CERN, maior acelerador de partículas do mundo, é uma organização internacional para a promoção de pesquisas na área de física nuclear (Getty Images/Getty Images)

O CERN, maior acelerador de partículas do mundo, é uma organização internacional para a promoção de pesquisas na área de física nuclear (Getty Images/Getty Images)

Publicado em 23 de julho de 2024 às 15h38.

Helen Merisio

Etimologicamente, a palavra física tem origem no grego "physis", que significa natureza. Analogamente, segundo o dicionário, a física é a ciência que investiga as leis do universo no que diz respeito à matéria e à energia. Com base nessas definições, compreende-se que a física se fundamenta em observações, experimentações e, como maneira de sintetização desses processos, formulações matemáticas para que, dessa maneira, seja possível interpretar a natureza e seus fenômenos.

Comumente, a população brasileira tem seu primeiro contato com a física durante o ensino médio. Durante este período, muitos estudantes encontram diversos obstáculos para atingir a total compreensão dos conceitos apresentados. O grau de abstração dos conteúdos, sua extensão e o formalismo matemático são alguns exemplos desses desafios. Embora essas habilidades sejam importantes para o estudo da física, muitas vezes acabam dificultando o acesso dos alunos aos conteúdos, tornando-se um empecilho na construção do conhecimento.

Como resultado dessa aprendizagem vista como desafiante, pode ocorrer um afastamento natural do estudante em relação à física, podendo gerar uma espécie de barreira entre esta ciência natural e o indivíduo. Em resposta a essa consequência, pode-se utilizar diversas metodologias para superar o problema, destacando-se a materialização do conhecimento por meio de exposições. Estas exposições podem ser realizadas das mais diversas formas, tais como contextualizações históricas, práticas e cotidianas.

De maneira conexa, pode-se citar o papel da experimentação no estudo da física, relacionando a teoria com a prática. Segundo Paulo Freire, para compreender uma teoria por completo é preciso experienciá-la, formando uma ligação intrínseca da teoria com a prática. Dessa forma, justifica-se a necessidade dos experimentos nas salas de aula do ensino básico para a melhor compreensão dos conteúdos de física.

Os experimentos científicos desempenham um papel crucial no estudo das ciências naturais, estendendo-se desde o ensino médio até o ensino superior e a pesquisa científica. Eles oferecem uma oportunidade única para aplicar e testar teorias, verificando sua validade e precisão. No nível universitário, os experimentos aprofundam a compreensão dos fenômenos físicos e desenvolvem habilidades práticas e analíticas. Na pesquisa acadêmica, os experimentos são a base da descoberta científica, permitindo avanços em nossa compreensão do mundo.

Na área da pesquisa em física, a física experimental surge como uma categoria de disciplinas dedicadas à observação de fenômenos e à coleta de dados. A importância da experimentação está diretamente ligada à definição da física, uma ciência prática, onde sem a coleta de dados, não há pesquisa. A física experimental abrange uma ampla gama de áreas de estudo, cada uma com seu foco e métodos específicos.

Algumas das principais áreas da física experimental incluem:

  • Mecânica: Estuda o movimento e o comportamento de objetos físicos sob a influência de forças.
  • Termodinâmica e Física Estatística: Investigam as propriedades de sistemas macroscópicos em equilíbrio térmico, como temperatura, pressão e energia.
  • Eletromagnetismo: Estuda os fenômenos elétricos e magnéticos e suas interações, como a luz, a eletricidade e o magnetismo.
  • Óptica: Foca no estudo da luz e sua interação com a matéria, incluindo fenômenos como reflexão, refração e difração.
    Física de Partículas: Explora as partículas elementares e suas interações fundamentais, muitas vezes usando aceleradores de partículas para estudá-las.

A pesquisa experimental em física no Brasil enfrenta diversos desafios que limitam sua realização em grande escala. Um dos principais fatores é a falta de investimento financeiro adequado em infraestrutura e equipamentos de pesquisa. A obtenção de recursos para projetos experimentais de grande porte é geralmente difícil, devido às limitações orçamentárias das instituições de pesquisa e agências de fomento. Isso resulta em laboratórios muitas vezes mal equipados e incapazes de competir internacionalmente em termos de tecnologia e capacidade de pesquisa.

Além disso, a burocracia e a falta de incentivo à pesquisa também são desafios significativos. Processos demorados para aprovação de projetos, obtenção de recursos e importação de equipamentos podem desestimular os pesquisadores, levando à descontinuidade e ao atraso de projetos.

A falta de uma cultura de pesquisa científica e a valorização insuficiente dos cientistas e pesquisadores também contribuem para a limitação da pesquisa experimental em física no Brasil. A falta de reconhecimento e incentivo à carreira científica pode levar muitos profissionais talentosos a buscar oportunidades no exterior, onde as condições de pesquisa são mais favoráveis.

Apesar desses desafios, é importante destacar que o Brasil possui grupos de pesquisa de alta qualidade em física experimental, que realizam trabalhos de relevância internacional em áreas como astrofísica, física de partículas e nanotecnologia. No entanto, para expandir e fortalecer essas atividades, são necessários investimentos consistentes e políticas que valorizem a ciência e a pesquisa.

Acompanhe tudo sobre:Ministério de Ciência e TecnologiaFísicaEducação

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