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Dívida tradicional pode sobreviver às mudanças em ESG, diz HSBC

Um formato novo para a venda de títulos que atrela as margens aos avanços do emissor em fazer negócios de maneiras que protegem o planeta deve se expandir, mas não ser 100% das dívidas

HSBC: Empresas com o objetivo de estruturar títulos atrelados à sustentabilidade podem esbarrar em obstáculos técnicos, como não conseguir cumprir as metas ambientais antes do vencimento da dívida (Brendan McDermid/Reuters)

HSBC: Empresas com o objetivo de estruturar títulos atrelados à sustentabilidade podem esbarrar em obstáculos técnicos, como não conseguir cumprir as metas ambientais antes do vencimento da dívida (Brendan McDermid/Reuters)

LB

Leo Branco

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 18h37.

Um formato novo para a venda de títulos que atrela as margens aos avanços do emissor em fazer negócios de maneiras que protegem o planeta deve se expandir neste ano, mas não funcionará para todos, de acordo com uma especialista em dívida sustentável do HSBC.

Empresas com o objetivo de estruturar títulos atrelados à sustentabilidade podem esbarrar em obstáculos técnicos, como não conseguir cumprir as metas ambientais antes do vencimento da dívida.

Isso significa que ainda haverá espaço para estilos mais antigos de títulos ecológicos, como títulos verdes e de transição, mesmo com a expansão dos chamados títulos sustentáveis, ou SLB na sigla em inglês, disse Farnam Bidgoli, responsável por títulos sustentáveis na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) do HSBC, o terceiro coordenador mais ativo de emissões de dívida ESG corporativa em 2020 no ranking global, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Os emissores aproveitam o formato SLB como forma de aprimorar suas credenciais como bons cidadãos corporativos. Analistas do Barclays calculam que a oferta de SLB deve atingir pelo menos US$ 40 bilhões neste ano em relação aos US$ 8 bilhões em 2020, e superar as emissões de títulos verdes e os chamados títulos com base no “uso dos recursos” nos próximos anos.

Os títulos atrelados à sustentabilidade são atraentes para emissores que não possuem ativos ecologicamente corretos suficientes para financiar, mas desejam atrair um número crescente de investidores interessados em apoiar empresas que possam demonstrar compromisso com metas verdes.

Mas as empresas que produzem muito carbono podem achar difícil estruturar SLBs se, por exemplo, não forem capazes de definir metas de emissões de curto prazo que possam ser alcançadas durante o prazo do título, disse Bidgoli.

Melhor opção

Para esses emissores, os títulos verdes, um mecanismo criado há mais de uma década para ajudar a financiar projetos ambientais específicos, como parques eólicos, podem ser a melhor opção.

“É improvável que a emissão de títulos atrelados à sustentabilidade canibalize completamente as notas de uso dos recursos”, disse Bidgoli. “Para empresas com altas emissões que ainda não definiram metas de curto prazo, pode ser um desafio estruturar SLBs.”

 

 

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