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Desmatamento da Amazônia tem alta de 21,97% em 2021

Dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quinta-feira (18)

Desmatamento na Amazônia: foram 13.235 km2 de corte raso no período de 01 agosto de 2020 a 31 julho de 2021. (Rickey Rogers/Reuters)

Desmatamento na Amazônia: foram 13.235 km2 de corte raso no período de 01 agosto de 2020 a 31 julho de 2021. (Rickey Rogers/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2021 às 19h34.

Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 20h18.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje a estimativa da taxa de desmatamento na Amazônia Legal Brasileira, feita pelo sistema Prodes. Foram 13.235 km2 de corte raso no período de 01 agosto de 2020 a 31 julho de 2021. Esse valor representa um aumento de 21,97% em relação a taxa de desmatamento apurada pelo Prodes 2020, que foi de 10.851 km2. É também a maior área desmatada registrada desde 2006. Os estados do Pará, Amazonas, Mato Grosso e Rondônia correspondem a 87,25% do desmatamento estimado no período.

Estes resultados trazem preocupação, especialmente em um cenário mundial em que a importância das questões ambientais é crescente e diferentes setores da sociedade têm buscado conciliação entre desenvolvimento econômico, bem-estar social e conservação ambiental.

As mudanças de uso da terra foram responsáveis por 46% das emissões de CO2 do Brasil em 2020, das quais 90% foram decorrentes do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, segundo dados Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima. Portanto, conter o desmatamento na Amazônia é uma questão fundamental a ser resolvida para que o Brasil possa cumprir as metas anunciadas na última semana, na COP26.

Histórico do desmatamento

Entre os anos de 1988 e 2002 a área média desmatada por ano foi de 17.353 quilômetros quadrados, com um grande pico em 1995, quando foram registrados 29.059 quilômetros quadrados desmatados, a maior taxa de toda a série histórica do Prodes. A partir de 2002 a Amazônia voltou a experimentar valores crescentes de áreas desmatadas, até que em 2004 atingiu o segundo maior pico da história. Foram 27.772 quilômetros quadrados desmatados no ano. A situação chamou a atenção de diferentes setores da sociedade e resultou na implementação de uma série de políticas públicas e restrições de mercado voltadas para a proteção da floresta.

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A partir de 2005 a região vivenciou um período de acentuada queda nas taxas de desmatamento, até que estabilizou em torno de 7.000 quilômetros quadrados anuais de 2009 a 2018, colocando o Brasil como um dos protagonistas nas discussões sobre preservação ambiental e mudanças climáticas. O período de 2011 a 2015 foi marcado pelos menores índices anuais, com média de 5.620 quilômetros quadrados de área desmatada por ano, chegando a 4.571 quilômetros quadrados em 2012.

Porém, as áreas desmatadas vem subindo novamente. Em 2019 e 2020 são de 10.129 e 10.851 quilômetros quadrados, respectivamente, alcançando valores próximos aos de 2008.

O dado Prodes

Dado oficial de desmatamento da Amazônia brasileira, amplamente validado pela comunidade científica, o Prodes calcula as taxas de desmatamento anualmente desde 1988. O monitoramento é realizado em toda a área de floresta dentro da Amazônia Legal. Sua metodologia é desenvolvida de forma a manter a compatibilidade entre os diferentes anos de sua série, a fim de possibilitar o acompanhamento e a evolução do desmatamento.

O mapeamento é realizado de forma incremental ao longo dos anos, ou seja, a cada ano é identificado o desmatamento e calculada a taxa de crescimento para o período. Essa área é incorporada ao desmatamento, não sendo posteriormente monitorada pelo Prodes, o que implica dizer que não são contabilizadas na taxa anual as áreas que já tenham sofrido desmatamento em anos anteriores.

O Prodes tem permitido acompanhar e analisar a evolução do desmatamento na Amazônia Legal brasileira. De 1988 a 2020 foram subtraídos 457.474 quilômetros quadrados de floresta, o equivalente a quase duas vezes a área do estado de São Paulo. No entanto, há uma grande variação nas taxas anuais de desmatamento ao longo dos anos, influenciada por um conjunto de fatores socioeconômicos, políticos e ambientais.

As estimativas de desmatamento do Prodes

Para gerar esta estimativa, o Prodes analisou um subconjunto de 106 cenas do sensor OLI/Landsat-8 dentro das 229 que recobrem a Amazônia Legal. As 106 cenas selecionadas como prioritárias atendem a três critérios: 1) cobrir a região onde foram registrados pelo menos 90% do desmatamento no período anterior do PRODES (agosto/2019 a julho/2020); 2) cobrir regiões onde foram registrados pelo menos 90% dos avisos de desmatamento do DETER 2020/2021; e 3) cobrir os 54 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2018, 2020 e 2021 pelas Portarias No . 428, 161 e 9 do 19 de novembro de 2018, 15 de abril de 2020 e 11 de janeiro de 2021 do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Com o uso das 106 cenas Landsat/OLI foi possível cobrir uma região com 95,4% das ocorrências de desmatamento no ano PRODES 2020. Como o desmatamento é um evento com forte correlação espacial, a expectativa de ocorrência de muitos focos de desmatamento fora dessa área é pequena

O INPE reforça que os valores apresentados nessa nota são uma estimativa da taxa de desmatamento para o PRODES 2021. A taxa consolidada será apresentada no primeiro semestre de 2022.

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