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Ilan Goldfajn: “Essa missão é de bancos multilaterais trabalhando juntos para levantar os impactos das enchentes e formular uma proposta de reconstrução da infraestrutura e da economia gaúcha” (BID/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 13 de junho de 2024 às 13h57.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 17h09.
O BID anunciou que receberá, na próxima segunda-feira, 17, um grupo de 44 especialistas globais em meio ambiente e mudanças climáticas para avaliar a situação no Rio Grande do Sul após as enchentes que assolaram o Estado. Do total, 20 dos especialistas são do BID.
A ação faz parte da estratégia do Banco Interamericano de Desenvolvimento para a reconstrução e recuperação das cidades gaúchas. Foram disponibilizados R$ 1,5 bilhão para serem usados imediatamente, dos quais R$ 765 milhões já foram investidos nas ações emergenciais. Outros R$ 4 bilhões aguardam a avaliação dos especialistas para serem disponibilizados, pontua o presidente do BID, Ilan Goldfajn.
“Essa missão é de bancos multilaterais trabalhando juntos para levantar os impactos das enchentes e formular uma proposta de reconstrução da infraestrutura e da economia gaúcha”, explicou o presidente. “Estamos falando com o governador, vice-governador, secretários e governo federal para formular uma solução para esse problema. O BID será uma ponte para a reconstrução, fornecendo recursos para essa missão que não tínhamos custo orçado”, anuncia.
O anúncio veio próximo da rejeição do BID à proposta da prefeitura de Porto Alegre para que perdoasse a dívida que a cidade possui com a instituição, estimada no valor de US$ 2,4 milhões, segundo o presidente do banco de desenvolvimento. “A Prefeitura de Porto Alegre tem à disposição US$ 150 milhões oferecidos pelo BID. Essa parcela é 60 vezes maior que o valor que o município está com dívida. Por uma questão de procedimento, manter a dívida e garantir que ela seja paga facilita que o BID dê muito mais para a prefeitura”, conta Goldfajn.
Ainda sobre os efeitos das mudanças climáticas, o presidente do BID anunciou que apesar do banco ter um arcabouço para desastre naturais, o valor movimentado não é suficiente. “Temos que reformular para que faça sentido na nova visão moderna. Um valor que permita que possamos nos preparar opara as tragédias, e para que quando ocorram, trabalhar a contingência de recursos financeiros, como bonds de catástrofes e linhas de crédito emergenciais”, explica.
Ilan Goldfajn ainda anunciou que o banco irá anunciar em 2025 após a reunião anual do BID no Chile, um programa contingente regional para trabalhar fundos regionais preparados para as mudanças climáticas, tema que deve crescer cada vez mais nos investimentos do BID.