ESG

Apoio:

logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
Logo Lwart

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Bancos dos EUA emprestam bilhões para projetos de energia poluentes

Desde o início de 2016, bancos concederam mais de US$ 1,6 trilhão em empréstimos e serviços de subscrição para empresas de combustíveis fósseis

O valor total está próximo de US$ 3,7 trilhões quando incluídos todos os tipos de emissores corporativos, segundo dados compilados pela Bloomberg (georgeclerk/Getty Images)

O valor total está próximo de US$ 3,7 trilhões quando incluídos todos os tipos de emissores corporativos, segundo dados compilados pela Bloomberg (georgeclerk/Getty Images)

LB

Leo Branco

Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 13h59.

Quase cinco anos depois da assinatura do Acordo de Paris sobre a mudança climática, instituições financeiras ainda emprestam bilhões de dólares para empresas que extraem e queimam os recursos mais poluentes do planeta.

Desde o início de 2016, bancos concederam mais de US$ 1,6 trilhão em empréstimos e serviços de subscrição para empresas de combustíveis fósseis que planejam e desenvolvem projetos de petróleo, gás e carvão, de acordo com relatório conjunto de 18 organizações climáticas publicado na quinta-feira. Os três primeiros - Citigroup, Bank of America e JPMorgan Chase - emprestaram e subscreveram US$ 295 bilhões combinados.

As conclusões são baseadas em bancos e investidores ligados a empresas envolvidas em 12 projetos de energia, portanto, subestimam a escala global dos financiamentos para combustíveis fósseis. O valor total está próximo de US$ 3,7 trilhões quando incluídos todos os tipos de emissores corporativos, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Juntos, os 12 projetos destacados no relatório têm potencial para produzir pelo menos 175 gigatoneladas de emissões extras de CO2, de acordo com o relatório, que foi coordenado pelo grupo climático alemão Urgewald. O volume corresponde a quase 75% do orçamento de carbono restante, que é necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC, de acordo com pesquisadores da Climate Analytics.

“Em vez de adotar uma abordagem rigorosa que impediria a expansão dos combustíveis fósseis e facilitaria sua eliminação, os bancos globais se recusam a romper com a tendência fatal de crescimento da extração fóssil”, disse Lucie Pinson, diretora executiva da Reclaim Finance, uma organização de Paris que contribuiu para o relatório.

Bancos dos EUA lideraram o financiamento de projetos domésticos, como a perfuração e fraturamento de petróleo na Bacia Permiana, que cobre áreas do Texas e do Novo México. O Bank of America emprestou mais de US$ 54 bilhões a empresas com projetos na bacia nos últimos cinco anos, mostra a pesquisa. Na China, o Banco Industrial e Comercial da China investiu mais de US$ 14 bilhões na indústria de carvão do país.

Bancos estatais não são perfeitos. O Banco Mundial forneceu mais de US$ 12 bilhões em empréstimos, garantias, investimento de capital e assistência técnica para projetos de combustíveis fósseis desde o Acordo de Paris, segundo o relatório. O Banco Mundial, por exemplo, concedeu US$ 80 milhões para assistência técnica no desenvolvimento de campos de petróleo e gás em Moçambique, incluindo fundos para um escritório de advocacia que atuou em nome da Exxon Mobil em 2018.

“Em 2020, começamos a ver os primeiros grandes bancos se comprometerem a zerar suas emissões líquidas globais financiadas até 2050”, disse Paddy McCully, diretor de clima e energia da Rainforest Action Network, que ajudou a escrever o relatório. “Mas isso significará pouco se não começarmos a ver os bancos se afastando agora desses megaprojetos de expansão de combustíveis fósseis”, que podem gerar emissões por décadas.

Acompanhe tudo sobre:acordo-de-parisBloombergCarbonoPoluição

Mais de ESG

Proteína de algas marinhas pode potencializar antibióticos e reduzir dose em 95%, aponta estudo

Como distritos de Mariana foram reconstruídos para serem autossustentáveis

'Rodovia elétrica' entre Etiópia e Quênia reduz apagões e impulsiona energia renovável na África

Ascensão de pessoas com deficiência na carreira ainda é desafio, diz estudo