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A VR nasceu para melhorar a alimentação e a saúde do trabalhador. Agora, quer acabar com a fome

Empresa de benefícios expande para outras frentes, contrata consultoria para estruturar ESG e lança programa para garantir segurança alimentar

Sérgio Suchodolski, vice-presidente da VR Investimentos e conselheiro de Administração da VR (VR/Divulgação)
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 14 de novembro de 2023 às 09h36.

Há um ano, a VR, empresa brasileira de cartões de benefícios, estrutura mais os projetos para acabar com a fome no Brasil. A companhia tem trabalhado com frentes como a criação de um Programa de Alimentação Solidária para desenvolvimento de comunidades, com o objetivo de garantir o acesso, em particular aos pobres e a pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano até 2030.

A iniciativa tem relação com o motivo que levou à criação da empresa. AVR nasceu junto com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado em 1977, nos estertores da ditadura, pelo então presidente militar Ernesto Geisel. A função do programa, que até hoje vigora, era, justamente, facilitar o acesso do trabalhador à nutrição, educação alimentar e saúde.

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A pandemia, no entanto, levou a VR a expandir para outras frentes, como mobilidade e comércio eletrônico, e as práticas ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança) tiveram de ser, de fato, estruturadas.

Entre os clientes finais da companhia, 70% estão na classe C. Pensando nisto, a companhia contratou a consultoria NINT, para organizar a agenda ESG de forma transversal, avaliando boas práticas e oportunidades em um plano até 2027.

"A estratégia ESG tem três pilares estratégicos: cuidado com as pessoas, parceria com confiança e responsabilidade corporativa. E eles são baseados em estudos sobre a classe C e suas especificidades, tais como saúde financeira e grupos prioritários de forma geral (mulheres, pequenas empresas, entre outros)", explica Sérgio Suchodolski, vice-presidente da VR Investimentos e conselheiro de Administração da VR.

Nova vice-presidência

Um marco neste novo momento da companhia é a chegada de Suchodolski, há um ano. "Minha missão aqui é concretizar transformações que a companhia já vem passando, como mobilização de recursos para programas que incentivam o empreendedorismo. Dentro da lógica de uma empresa de quase 50 anos, implementar programas novos é aumentar o impacto por meio das ofertas diferentes comunidades do Brasil", diz.

De acordo com ele, neste primeiro ano de atuação, foi realizado um raio-x de identificação das políticas internas e possíveis produtos para impactar positivamente os clientes. "Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão no centro do planejamento, sendo o trabalho digno (ODS 8), redução das desigualdades (ODS 10) e combate à fome (ODS 2) prioritários".

Outra iniciativa é o apoio à qualificação profissional dos trabalhadores para contribuir com a empregabilidade. "A intenção é promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros".

Já na frente de serviços financeiros acessíveis, a meta é, até 2030, promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.

Contudo, a companhia não informa os dados atuais de impacto nas comunidades e nos funcionários. "Estamos num processo de evolução como empresa, e temos como objetivo aumentar cada vez mais o nosso impacto. Um exemplo é que, após três anos de parceria com a Central Única das Favelas, a CUFA, mais de 40 mil famílias já foram beneficiadas com a iniciativa da VR que levou mais alimentos para a mesa de lares em todo o Brasil", diz Suchodolski.

Neste caso, a VR aportou R$ 2 milhões em doações e ainda levantou cerca de mais de R$ 8 milhões de outras empresas. O valor total foi processado e transformado em vales-alimentação, distribuídos majoritariamente nas regiões metropolitanas de São Paulo (24%), Rio de Janeiro (6%), Salvador (4%) e Belo Horizonte (3%), movimentando os comércios locais das comunidades.

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