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Violência aumenta custo operacional das empresas e afasta investimentos, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central afirma que ferramentas de inteligência artificial podem auxiliar ao agregar dados de dimensões diferentes

Campos Neto participou de debate sobre impactos da segurança pública na economia (Esfera Brasil/Divulgação)
Esfera Brasil

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Publicado em 22 de abril de 2024 às 19h26.

Última atualização em 23 de abril de 2024 às 17h09.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, na tarde desta segunda-feira, 22, que cada vez mais as empresas têm olhado o crime organizado como um "imposto", o que prejudica a atração de investimentos. O representante da autoridade monetária indicou que os custos que envolvem os transportes de valores no País atualmente são totalmente desproporcionais se comparados com o resto do mundo.

A declaração de Campos Neto ocorreu durante o Seminário Brasil Hoje , em diálogo sobre os impactos da segurança pública na economia do País. Na mesma mesa estiveram o jurista Pierpaolo Bottini, o conselheiro da Cosan Luís Henrique Guimarães e também o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo. A conversa foi mediada pelo jornalista William Waack.

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Ao responder questionamento sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o presidente do Banco Central disse que o órgão, que atualmente é ligado ao Ministério da Fazenda e tem a função de receber, examinar e identificar operações financeiras suspeitas, além de contar com as ferramentas necessárias para combater fraudes e possuir uma estrutura enxuta em comparação com outros países. Campos Neto ainda fez um alerta sobre a segurança digital. Segundo ele, ferramentas de inteligência artificial podem auxiliar a agregar dados de dimensões diferentes e antecipar cenários.

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"Nas grandes cidades parece que é mais aparente e, no caso das empresas, está por toda parte. Temos uma alocação de recursos. O que você gasta com transporte de numerário é totalmente desproporcional em comparação com outros países", afirmou. "E isso também bate no spread", complementou ao ser questionado sobre os impactos para a variação da margem de lucro do setor financeiro.

"A parte discricionária do Orçamento é pequena perto do todo, e você tem que ser mais eficiente. Com inteligencia e tecnologia você pode fazer um trabalho com maior alcance. O prêmio de risco se torna o custo do dinheiro. Ele estando mais alto, todos os projetos têm uma taxa de custo do capital, e você deixa de fazer projetos que são bons", explicou o presidente.

Sem inteligência, operações são improdutivas, diz Sarrubbo

Sarrubbo defendeu o ataque sistemático ao crime organizado. Sem inteligência, de acordo com ele, operaçoes policiais vão se repetir sem trazer resultados efetivos para a sociedade. Além de ser um problema grave para os municípios e estados, ele concorda que existe um impacto negativo no ambiente de negócios e prejudica a geração de empregos. Ele defende uma ação coordenada entre União e entes federados para conseguir resultados concretos.

"Se não entrar o estado controlando e trazendo cidadania para a quele espaço e para aquelas pessoas, vamos fazer operações atrás de operações. Não adianta subir o morro e prender o traficante. O que vamos ganhar é aplauso do traficante que vai tomar o posto. As milícias controlam tudo no Rio [de Janeiro], por exemplo. Se continuar assim, vamos ficar de operações em operações para diminuir o custo Brasil", ponderou.

"Nós temos que ter um olhar e deixar de lado essa questão de que segurança pública é um tema de estados federados. A União deve estar presente. Você não pode pensar a segurança do estado de São Paulo de maneira diferente, do Rio Grande do Sul, de Goiás, você precisa ter o Brasil como um todo, é um problema da federação e da União. Então há uma perspectiva de nós, a partir do Ministério da Justiça e de Segurança Pública, de trazer os estados para essa discussão", enfatizou.

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