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Senado instala comissão para avaliar política pública sobre o hidrogênio verde

Apesar de abundante, o elemento químico não é encontrado na natureza na forma pura e precisa passar por eletrólise para ser usado como fonte de energia

Brasil poderá ser líder global na produção de hidrogênio verde; a tecnologia garante energia limpa (EDP/Divulgação)

Brasil poderá ser líder global na produção de hidrogênio verde; a tecnologia garante energia limpa (EDP/Divulgação)

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Publicado em 14 de abril de 2023 às 12h29.

Os senadores instalaram a Comissão Especial para Debate de Políticas Públicas sobre Hidrogênio Verde (CEHV) nesta quarta-feira, 12. No encontro, foi também estabelecido o plano de trabalho. A discussão do tema é importante, uma vez que o hidrogênio verde (H2V) é uma alternativa para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e é considerado a fonte de energia do futuro.

Pelos próximos dois anos, a comissão temporária do Senado Federal, presidida pelo senador Cid Gomes (PDT) e que tem como relator Otto Alencar (PSD), vai avaliar políticas públicas sobre o hidrogênio verde, uma tecnologia de geração de energia limpa.

Durante a instalação da CEHV, Cid Gomes ressaltou que “o modelo de negócio e resultados motivam a manutenção de um debate no Congresso Nacional que relacione o modo de desenvolvimento do Brasil com as preocupações globais, não apenas quanto ao acesso a fontes de energia, como também com relação às mudanças climáticas e seus impactos nocivos para o equilíbrio ambiental do planeta”.

A comissão foi proposta em março pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), com o objetivo de incentivar o uso de hidrogênio verde como fonte de energia no País. “É preciso avaliar políticas públicas e priorizar as propostas em tramitação no Congresso Nacional sobre o tema”, disse.

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Descarbonização 

O hidrogênio possui alta densidade de energia, estabilidade, versatilidade e pode funcionar para armazenamento de energia, como hoje são as baterias. O debate sobre as oportunidades de uso do hidrogênio verde tem ganhado espaço dentro dos governos e de empresas em todo o mundo.

A proposta vai de encontro com o objetivo global de descarbonizar a economia até 2050. A ideia é reduzir a emissão de CO2 nas atividades, e uma das opções é o uso do hidrogênio. Mas, para isso, ele precisa ser produzido, já que é uma fonte de energia secundária.

Apesar de ser o elemento químico mais abundante no planeta, ele não é facilmente encontrado na natureza na forma pura. O hidrogênio verde é criado a partir da técnica de eletrólise, que separa o hidrogênio do oxigênio através do uso de fontes de energia renováveis, como o sol e o vento. No processo não há emissão de gases poluentes.

Há no mercado outras técnicas de produção, mas que são nocivas ao meio ambiente, entre elas o hidrogênio marrom, feito a partir do carvão mineral. Existe ainda o produzido a partir da biomassa ou biocombustíveis: o hidrogênio musgo. E também o hidrogênio cinza, técnica a partir do gás natural.

O Brasil tem grande potencial de produção do hidrogênio verde para consumo interno e exportação e tem apostado nessa tecnologia, o que coloca o País entre os players da agenda verde. Em janeiro, a ministra federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da AlemanhaSvenja Schulze, disse que o Brasil poderá ser líder global na área.

Comissão

Foi estabelecido um cronograma que inclui audiências públicas e visitas a locais onde há projetos vinculados à produção de hidrogênio. O plano de ação ainda precisa ser votado pelos parlamentares.

Segundo a Agência Senado, no roteiro estão estados como Ceará, Bahia, Amazonas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. A ideia é que a comissão receba também contribuições de institutos de pesquisa, universidades, embaixadas e ministérios, entre eles Minas e Energia, Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia.

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