Governo federal vai investir R$ 200 bilhões no setor de biocombustíveis
Recursos serão aplicados até 2037 para desenvolver áreas como combustível sustentável de aviação, diesel verde, etanol de 2ª geração e captura de carbono
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Publicado em 6 de dezembro de 2023 às 07h00.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, que o Brasil vai investir R$ 200 bilhões no setor de biocombustíveis até 2037, o que vai contribuir para a transição energética do País e o incentivo à economia verde.
“O projeto aprovado no Congresso vai permitir investimentos já assegurados de mais de R$ 200 bilhões em BioRefino. Eles representam geração de emprego e renda e oportunidade para combater a desigualdade, que é o grande propósito do governo do presidente Lula”, afirmou o ministro durante o painel Combustível do Futuro – Novo Marco Legal para a Mobilidade Sustentável de Descarbonização do Brasil, na COP28.
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Os recursos serão destinados às áreas de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês), diesel verde (HVO), etanol de segunda geração, captura e estocagem de carbono, além de etanol hidratado e biodiesel.
Para o ministro, “o Brasil é sem dúvida o protagonista da transição energética no mundo. Um dos projetos mais modernos do mundo foi o que o governo federal enviou ao Congresso, que é o projeto Combustível do Futuro”.
Na avaliação de Silveira, do montante total de investimentos, mais de R$ 105 bilhões deverão ser aplicados na integração do RenovaBio, que pretende estabelecer metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, com o Rota 2030, que é o programa de desenvolvimento do setor automotivo no País.
Outros R$ 65 bilhões vão para o setor de biocombustíveis advindos do etanol, biodiesel, combustíveis sintéticos e biometano. Projetos voltados ao diesel verde deverão contar com R$ 8 bilhões para o desenvolvimento de refinarias. Para captura e estocagem de carbono, serão destinados R$ 3 bilhões.
“O nosso país continuará a contribuir para a solução dos complexos desafios que o mundo vive, em especial o enfrentamento às causas e problemas climáticos que já não são discutíveis. Vamos nos pautar pela implementação de políticas que supram as necessidades dos cidadãos de forma sustentável, equilibrada, consciente e justa”, disse o ministro na ocasião.
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Descarbonização industrial
Também na Cúpula do Clima, o Brasil e o Reino Unido firmaram um acordo de cooperação em projetos de apoio à descarbonização do setor industrial. O documento foi assinado pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e entregue para a ministra de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido, Claire Coutinho.
O Hub de Descarbonização Industrial no Brasil (HDIB) vai funcionar como um centro de articulação de parcerias internacionais com foco na descarbonização industrial, o que inclui provedores de assistência técnica, doadores internacionais de financiamento climático, investidores privados e outras iniciativas.
Entre as formas de cooperação previstas no memorando estão:
- entendimento das necessidades e ambições do governo brasileiro na descarbonização do setor industrial;
- articulação de parcerias internacionais;
- incentivo a doadores internacionais de financiamento climático a apoiarem o trabalho do HDIB;
- promoção de atividades realizadas pelo HDIB nos principais eventos internacionais sobre clima e energia limpa e identificar oportunidades de engajamento público;
- realização de assistência técnica e financeira para projetos de descarbonização industrial no Brasil pelo governo britânico no âmbito do programa de política de Financiamento Climático Internacional.
G20
No dia 1º de dezembro, o Brasil assumiu a presidência temporária do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana. O mandato tem duração de um ano.
No evento, o ministro Alexandre Silveira ressaltou que a missão do Brasil é levar a questão climática para o centro das discussões do G20. Ele lembrou também que a COP30 será realizada em Belém, no Pará, em 2025.