(Marcello Casal jr/Agência Brasil)
O empresário do setor da construção civil Salo Seibel, do grupo Leo Madeiras, fala sobre a crise econômica atual e a retomada do varejo. Diz, no entanto, que a construção civil está em retração, devido à forte demanda em 2020 e 2021, durante o auge da pandemia.
A crise econômica está atrapalhando a retomada do varejo?
As coisas estão muito heterogêneas. Conversando com o Flavio Rocha [da Riachuelo], ele está dizendo que no setor dele, de vestuário, tudo está tendo uma certa retomada.
Em outros segmentos, principalmente como os meus, muito ligados à construção civil, tanto em obras quanto reformas, ao contrário, está tendo um arrefecimento em função de uma demanda muito forte que houve em 2021 e 2020. Nós agora estamos voltando a patamares anteriores.
Em termos macro, nós temos alguns problemas importantíssimos que têm que ser equacionados antes das coisas voltarem a crescer. O principal deles, que é um fenômeno internacional mas também com algumas características brasileiras, é o da inflação.
No Brasil, nós usamos para ela fortemente o remédio da taxa de juros. Então estamos com taxas de juros muito altas, tão altas quanto foram as mais elevadas do governo Dilma, com o agravante que subiram muito rápido em poucos meses.
E temos uma taxa de desemprego muito alta, muito importante. Ou seja, inflação alta, juros elevados, desemprego alto e baixa renda não podem provocar um crescimento da economia.
Acredita que a crise econômica arrefece em 2023?
Vai depender do resultado das eleições, de quem vai assumir, de que forma vai haver ou não uma certa continuidade. E de como vai terminar, se terminar, o conflito russo-ucraniano. Acho muitíssimo difícil a gente prever 2023.