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Desistência de Biden e eventual indicação de Kamala Harris deve reforçar polarização nos EUA

Entre os Republicanos, Trump já subiu o tom contra a atual vice-presidente e disse que estaria disposto a debater

Em um cenário marcado pela polarização e carregado por valores ideológicos e antagônicos, a verborragia de ambos os lados deverá ser uma das marcas da disputa (Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon/AFP)

Em um cenário marcado pela polarização e carregado por valores ideológicos e antagônicos, a verborragia de ambos os lados deverá ser uma das marcas da disputa (Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon/AFP)

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Publicado em 26 de julho de 2024 às 15h01.

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Restando pouco mais de três meses para as eleições cujo vencedor será o próximo inquilino da Casa Branca por quatro anos, o cenário político dos Estados Unidos está longe de uma definição. Com o atentado ao candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, há duas semanas, e a desistência do atual mandatário, Joe Biden, de concorrer à reeleição, analistas reforçam que não há um nome favorito para a disputa presidencial.

Pelo lado dos Republicanos, Donald Trump subiu o tom contra uma possível candidatura de Kamala Harris, e deverá manter as críticas à adversária, segundo analistas. A escolha do senador por Ohio, JD Vance, para ser companheiro de chapa de Trump fortalece a estratégia republicana de ir ao ataque. De perfil conservador, ele é reconhecido por uma entrevista concedida em 2021, em que diz que os Estados Unidos estavam sendo governados por “um bando de mulheres sem filhos com gatos que estão infelizes com suas próprias vidas e o escolhas que fizeram e por isso querem tornar o resto do país miserável também.” Nesta semana, no primeiro discurso de Trump após a desistência de Biden, Trump rotulou Harris como “radical de esquerda”, e antes disso já havia falado informalmente que aceitaria participar de debates com ela “mais de uma vez”.

Com a decisão de Biden de se afastar do pleito, a atual vice-presidente tem se colocado publicamente como o nome democrata na disputa, e já conseguiu apoio de figuras influentes do partido, como a ex-presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi. Em um cenário marcado pela polarização e carregado por valores ideológicos e antagônicos, a verborragia de ambos os lados deverá ser uma das marcas da disputa até o dia de os eleitores irem às urnas.

Filha de pai jamaicano e mãe indiana, a ex-procuradora da Califórnia não tem fugido de questões polêmicas, ainda que sua candidatura não tenha sido oficialmente chancelada pelos Democratas. “Conheço criminosos como Trump”, afirmou durante discurso, em referência a condenações do ex-presidente na Justiça. Segundo contagens não oficiais, Kamala Harris já teria ultrapassado o número de 1.976 delegados necessários para ser indicada como candidata, e pesquisas  que consideram seu nome a apontam como tecnicamente empatada com o candidato republicano na corrida pela Casa Branca. A convenção nacional dos Democratas ocorre em agosto, em Chicago.

Posicionamento do Brasil

Antes do anúncio da desistência de Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia defendido a reeleição do democrata como o melhor para a democracia, e chegou a chamar Trump de mentiroso. Após a saída de Biden da disputa, o mandatário brasileiro disse esperar que as eleições norte-americanas sejam civilizadas, e disse que o Brasil manterá relações diplomáticas com o país independentemente do resultado do pleito.

"À medida que o presidente Biden resolveu tomar posição, o meu papel é torcer para que eles [democratas] escolham um candidato ou uma candidata que dispute as eleições, e que vença aquele que for o melhor, aquele [em] que o povo americano for votar", disse Lula em entrevista a agências internacionais de notícias no Palácio da Alvorada.

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