Economia

Volume de reservatórios da ONS é o menor desde 2001

Há um ano, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste operavam com 45,2% da capacidade total, com trajetória de recuperação


	Medidor do reservatório de usina: dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que reservatórios fecharam quarta-feira com nível de armazenamento em 34,9%
 (Reuters/Paulo Whitaker)

Medidor do reservatório de usina: dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que reservatórios fecharam quarta-feira com nível de armazenamento em 34,9% (Reuters/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 15h41.

Rio - O nível dos reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante do sistema, segue em trajetória de queda. Pela primeira vez desde 2001, o volume armazenado ficou abaixo de 35%.

Os dados divulgados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os reservatórios fecharam a quarta-feira, 26, com o nível de armazenamento em 34,9%, 0,2 ponto porcentual abaixo do dia anterior.

Há um ano, os reservatórios das regiões operavam com 45,2% da capacidade total, com trajetória de recuperação.

Contudo, neste período, a perda acumulada ao longo de fevereiro já é de 5,4 pontos porcentuais, o que indica ser pouco provável que os reservatórios encerrem o mês com um nível de armazenamento de 35,7%, como havia sido previsto pelo operador no fim da semana passada.

A situação também é dramática no Sul do país. Os reservatórios das usinas da região encerraram a quarta-feira, 26, com um volume de água armazenado de 37,1%, o mais baixo desde 1999.

Ao longo do mês, a perda acumulada é de 20,5 pontos porcentuais. Esse cenário mais crítico explica a decisão do governo de autorizar a operação em caráter emergencial da térmica a gás natural Uruguaiana (RS) por dois meses, a partir da primeira semana de março. A usina irá operar com gás natural liquefeito (GNL).

No Nordeste, o volume armazenado nos reservatórios no fechamento de quarta-feira, 26, era de 42,3%, estável em relação ao dia anterior. No acumulado do mês, a perda verificada é de 0,3 ponto porcentual.

A situação é relativamente tranquila na região porque o Norte tem enviado um grande volume de energia para atender a demanda dos consumidores nordestinos, aliviando a pressão sobre a geração hidrelétrica. Ainda assim, o nível de armazenamento na região é o mais baixo desde 2001, ano do racionamento de energia.


A única região do país com grande folga é o Norte, cujos reservatórios encerraram ontem com um nível de 80,9%. No acumulado do mês, o volume armazenado subiu 20,1%, reflexo das fortes chuvas que têm atingido a região.

Por conta disso, o Norte tem enviado grandes volumes de energia para o resto do país.

Na quarta-feira, 26, as hidrelétricas da região enviaram 4,845 mil MW médios, sendo 2,476 mil MW médios no Nordeste e 2,369 mil MW médios para o Sudeste/Centro-Oeste, que reenviou 802 MW médios para o Sul.

A piora nos reservatórios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste não reflete apenas as fracas chuvas deste começo de ano, mas também a recuperação do consumo de energia com o aumento das temperaturas nos últimos dias.

De acordo com o operador, o consumo médio ontem foi de 71,478 mil MW médios, com o pico de 81,412 mil MW médios às 14h29. Há uma semana, a demanda havia sido de 67,880 mil MW médios, com pico de 77,13 mil MW médios.

Ontem, as hidrelétricas produziram 55,201 mil MW médios, sendo 46,349 mil MW médios das usinas brasileiras e 8,852 mil MW médios de Itaipu.

As termelétricas foram responsáveis por 15,456 mil MW médios, sendo 13,466 mil MW médios das térmicas convencionais e 1,990 mil MW médios das usinas nucleares. As usinas eólicas contribuíram com 821 MW médios.

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