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Volkswagen pode ser risco maior para Alemanha do que Grécia

O escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes que envolveu veículos da Volkswagen abalou o establishment corporativo e político da Alemanha

Volkswagen: a Volkswagen é a maior fabricante de automóveis da Alemanha e um dos maiores empregadores do país (Divulgação/Volkswagen)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 17h34.

Berlim - O escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes que envolveu veículos da Volkswagen nos Estados Unidos abalou o establishment corporativo e político da Alemanha e analistas alertam que a crise na montadora pode evoluir para uma ameaça à maior economia da Europa.

A Volkswagen é a maior fabricante de automóveis da Alemanha e um dos maiores empregadores do país, com mais de 270 mil funcionários empregados diretos, sem contar os postos de trabalho nas empresas fornecedoras.

O presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, pagou o preço pelo escândalo sobre os testes manipulados de emissão de poluentes ao renunciar nesta quarta-feira, e agora os economistas estão avaliando o impacto sobre até agora saudável economia alemã.

"De repente, a Volkswagen tornou-se um risco para a economia alemã maior do que a crise da dívida grega", disse à Reuters o economista-chefe do ING, Carsten Brzeski.

"Se as vendas da Volkswagen na América do Norte afundarem nos próximos meses, isso causará um impacto não somente para a empresa, mas para a economia alemã como um todo", acrescentou.

A Volkswagen vendeu quase 600 mil automóveis nos Estados Unidos no ano passado, cerca de 6 por cento das 9,5 milhões de unidades vendidas globalmente.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) disse que a companhia pode ser multada em até 18 bilhões de dólares, mais do que todo seu lucro operacional do ano passado. Embora tal multa possa ser coberta com os 21 bilhões de euros (24 bilhões de dólares) que a companhia tem em caixa, o escândalo tem gerado temores de grandes cortes de empregos.

A preocupação mais ampla para o governo alemão é que outras montadoras como a Daimler e BMW possam sofrer consequências da catástrofe da Volkswagen.

Não há nenhuma indicação de má conduta por parte das duas empresas e alguns analistas dizem que um impacto maior seria limitado.

O governo alemão disse na quarta-feira que a indústria automotiva permanece um "pilar importante" para a economia, apesar do agravamento da crise em torno Volkswagen.

Mas analistas alertam que é exatamente essa dependência do setor automotivo que pode gerar uma ameaça para uma economia que deve crescer 1,8 por cento este ano.

A Alemanha já está tendo que enfrentar a desaceleração da economia chinesa.

"Se as vendas de automóveis caírem, os fornecedores também seriam afetados e com eles toda a economia", disse à Reuters o especialista do setor automotivo do instituto DIW, Martin Gornig.

Em 2014, cerca de 775 mil pessoas trabalhavam no setor automotivo alemão -- quase 2 por cento de toda a força de trabalho do país.

Além disso, automóveis e autopeça sãos os produtos de exportação de maior sucesso da Alemanha.

O setor exportou no ano passado 225 bilhões de dólares, sendo responsável por quase um quinto do total das exportações alemãs.

"É por isso que este escândalo não é uma ninharia. A economia alemã foi atingida na sua essência", disse Michael Huether, chefe do instituto econômico IW da Alemanha.

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Berlim - O escândalo de fraude em testes de emissões de poluentes que envolveu veículos da Volkswagen nos Estados Unidos abalou o establishment corporativo e político da Alemanha e analistas alertam que a crise na montadora pode evoluir para uma ameaça à maior economia da Europa.

A Volkswagen é a maior fabricante de automóveis da Alemanha e um dos maiores empregadores do país, com mais de 270 mil funcionários empregados diretos, sem contar os postos de trabalho nas empresas fornecedoras.

O presidente-executivo da Volkswagen, Martin Winterkorn, pagou o preço pelo escândalo sobre os testes manipulados de emissão de poluentes ao renunciar nesta quarta-feira, e agora os economistas estão avaliando o impacto sobre até agora saudável economia alemã.

"De repente, a Volkswagen tornou-se um risco para a economia alemã maior do que a crise da dívida grega", disse à Reuters o economista-chefe do ING, Carsten Brzeski.

"Se as vendas da Volkswagen na América do Norte afundarem nos próximos meses, isso causará um impacto não somente para a empresa, mas para a economia alemã como um todo", acrescentou.

A Volkswagen vendeu quase 600 mil automóveis nos Estados Unidos no ano passado, cerca de 6 por cento das 9,5 milhões de unidades vendidas globalmente.

A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) disse que a companhia pode ser multada em até 18 bilhões de dólares, mais do que todo seu lucro operacional do ano passado. Embora tal multa possa ser coberta com os 21 bilhões de euros (24 bilhões de dólares) que a companhia tem em caixa, o escândalo tem gerado temores de grandes cortes de empregos.

A preocupação mais ampla para o governo alemão é que outras montadoras como a Daimler e BMW possam sofrer consequências da catástrofe da Volkswagen.

Não há nenhuma indicação de má conduta por parte das duas empresas e alguns analistas dizem que um impacto maior seria limitado.

O governo alemão disse na quarta-feira que a indústria automotiva permanece um "pilar importante" para a economia, apesar do agravamento da crise em torno Volkswagen.

Mas analistas alertam que é exatamente essa dependência do setor automotivo que pode gerar uma ameaça para uma economia que deve crescer 1,8 por cento este ano.

A Alemanha já está tendo que enfrentar a desaceleração da economia chinesa.

"Se as vendas de automóveis caírem, os fornecedores também seriam afetados e com eles toda a economia", disse à Reuters o especialista do setor automotivo do instituto DIW, Martin Gornig.

Em 2014, cerca de 775 mil pessoas trabalhavam no setor automotivo alemão -- quase 2 por cento de toda a força de trabalho do país.

Além disso, automóveis e autopeça sãos os produtos de exportação de maior sucesso da Alemanha.

O setor exportou no ano passado 225 bilhões de dólares, sendo responsável por quase um quinto do total das exportações alemãs.

"É por isso que este escândalo não é uma ninharia. A economia alemã foi atingida na sua essência", disse Michael Huether, chefe do instituto econômico IW da Alemanha.

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