Economia

Venezuela quer pagar o Brasil com petróleo e energia, diz Mercadante

Mercadante disse que o governo de Caracas quer quitar o que deve ao Brasil, voltando a fornecer energia elétrica para Roraima e petróleo para o país

De acordo com Mercadante, não houve nada de ideológico porque o Brasil tinha um superávit de US$ 38 bilhões com a Venezuela (Tomaz Silva/Agência Brasil)

De acordo com Mercadante, não houve nada de ideológico porque o Brasil tinha um superávit de US$ 38 bilhões com a Venezuela (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de maio de 2023 às 19h34.

Última atualização em 16 de maio de 2023 às 19h38.

A Venezuela cresceu 6% no ano passado e já teria pedido uma mesa de discussão e renegociação de suas dívidas com o Brasil, disse o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, durante entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura.

Mercadante disse que o governo de Caracas quer quitar o que deve ao Brasil, voltando a fornecer energia elétrica para Roraima e petróleo para o país.

Dívidas e acordos comerciais entre Brasil e Venezuela

O presidente do BNDES falou sobre a Venezuela ao ser questionado sobre os atrasos nos pagamentos de suas dívidas com o Brasil e se os financiamentos não teriam sido motivados por fatores ideológicos.

De acordo com Mercadante, não houve nada de ideológico porque o Brasil tinha um superávit de US$ 38 bilhões com a Venezuela e seu governo quis ter alguma compensação. Ocorre que o preço do petróleo despencou no mercado mundial na época e o país passou a enfrentar o embargo econômico dos Estados Unidos, o que o impossibilitou de manter em dia suas dívidas.

"O Brasil não vive no meio da Europa"

Mercadante também disse que o Brasil não vive no meio da Europa, que os vizinhos que o país tem são estes e não deve virar as costas para Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela e olhar só para Estados Unidos e Europa.

"Não vamos conseguir resolver os problemas da Argentina sozinhos. Por isso o Haddad foi procurar o FMI", disse o presidente do BNDES, para quem uma maxidesvalorização na Argentina hoje não seria boa para o Brasil.

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