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Venezuela contorna sanções dos EUA para vender petróleo

Exportações de petróleo da Venezuela recuaram 32% no ano passado, mas manobra com sócios permite volta de vendas

PDVSA: atuando como intermediária da PDVSA, a russa Rosneft se tornou em 2019 a maior recebedora de petróleo venezuelano (Diego Giudice/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 17h31.

Última atualização em 13 de janeiro de 2020 às 17h31.

Caracas/Punto Fijo — Após ter as exportações de petróleo dizimadas por sanções dos Estados Unidos, a Venezuela está testando um novo método para colocar seu produto no mercado: a alocação de cargas para sócios em joint ventures, entre eles a Chevron, que por sua vez comercializam a commodity para clientes na Ásia e na África.

Isso não violaria as sanções, desde que o produto da venda seja utilizado para quitar dívidas de um empreendimento, segundo três fontes de joint ventures. Elas disseram que essa abordagem pode ajudar a Venezuela a superar os obstáculos para produção e exportação de petróleo.

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As exportações de petróleo da Venezuela recuaram 32% no ano passado, à medida que o governo dos EUA impediu aquisições do produto por empresas norte-americanas e transações realizadas em dólares. A PDVSA foi forçada a utilizar intermediários para suas vendas, especialmente devido à pressão de Washington para que clientes indianos e chineses da Venezuela interrompessem compras diretas.

Atuando como intermediária da PDVSA, a russa Rosneft se tornou em 2019 a maior recebedora de petróleo venezuelano, usando as vendas para amortizar bilhões de dólares em empréstimos concedidos à Venezuela na última década.

A PDVSA, o Departamento do Tesouro dos EUA e o Departamento de Estado norte-americano não responderam aos pedidos de comentários enviados pela Reuters.

Os mais recentes testes da nova política ocorrem neste mês. Uma carga de 1 milhão de barris de petróleo venezuelano para a Chevron está programada para embarque no porto de Jose, da PDVSA, de acordo com documentos internos da estatal vistos pela Reuters.

A Chevron tem participação na joint venture Petropiar, com a PDVSA, para processar petróleo no cinturão de Orinoco, uma das maiores reservas de óleo do mundo. A licença que a Chevron possui para operar na Venezuela mesmo com as sanções expira em 22 de janeiro, a não ser que o Tesouro dos EUA a renove.

"Os resultados provenientes dessas atividades de mercado são pagos a contas da nossa joint venture para cobrir o custo de operações de manutenção, em total conformidade com todas as leis e regulamentos aplicáveis", disse Ray Fohr, porta-voz da Chevron.

Outra carga, de 670 mil barris de petróleo, fretada pela petroleira venezuelana Suelopetrol, partiu no início de janeiro, mostraram os documentos.

A Suelopetrol, sócia minoritária em joint ventures com a PDVSA, afirmou ter alocado recentemente uma carga de petróleo venezuelano sob contratos assinados com a PDVSA e a joint venture Petrocabimas antes das sanções dos EUA.

"Esses contratos incluem a designação da Suelopetrol como recebedora de petróleo para compensação de contas a receber, com vencimentos desde 2015, por contribuições de capital, assistência técnica, prestação de serviços e dividendos acumulados", disse a empresa à Reuters.

(Reportagem de Marianna Parraga na Cidade do México, Mircely Guanipa em Punto Fijo, Deisy Buitrago e Luc Cohen em Caracas. Reportagem adicional de Timothy Gardner em Washington)

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