Vendas no varejo recuam 0,1% em novembro mesmo com Black Friday
A expectativa era de alta de 0,40% das vendas no varejo. Setor foi uma das estrelas da retomada após quedas do começo da pandemia
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 09h15.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 10h50.
O varejo brasileiro ficou estável em novembro e interrompeu as altas seguidas dos meses anteriores. As vendas no varejo recuaram 0,1% em novembro na comparação com o mês anterior, segundo os números divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo em mês de Black Friday, a alta ficou abaixo da expectativa dos analistas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,40% na comparação mensal.
Em relação ao ano anterior, as vendas subiram 3,4% sobre um ano antes, também abaixo dos 4,9% de consenso na pesquisa da Reuters.
Novembro marca o primeiro recuo do índice de varejo após seis meses de altas. "Assim, o setor varejista que já havia retornado ao seu patamar pré-pandemia, começa a se estabilizar", escrevem os analistas do BTG Pactual em relatório a clientes. "Levando em consideração o ano conturbado que a economia teve, o setor se sobressaiu e apresentou uma recuperação impressionante."
As vendas no varejo brasileiro tiveram os piores meses em abril e março no começo da pandemia, mas se recuperaram desde então e se tornaram um dos destaques no ano passado, puxadas pelo pagamento do auxílio emergencial.
Uma dúvida para 2021, que tem em janeiro o primeiro mês sem auxílio, será averiguar se o crescimento ou manutenção do consumo se mantém, capaz de ser um dos pilares da recuperação econômica brasileira.
Já o varejo ampliado (que inclui veículos e materiais de construção) em novembro subiu 0,6%, e 4,1% ante o mesmo período de 2019. A comercialização de veículos foi o destaque, subindo 3,5% em novembro, enquanto materiais de construção caíram 0,8%.
Das oito atividades na Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, cinco tiveram aumento de vendas. As que mais subiram foram livros, jornais, revistas e papelaria (5,6% ante o mês anterior), tecidos, vestuário e calçados (3,6%) e material para escritório, informática e comunicação (3%). Apesar da alta, essas três categorias têm perda acumulada de mais de 10% nos últimos 12 meses até novembro.
Já a área que mais caiu em novembro foi supermercados e hipermercados (-2,2%). A categoria acumula alta no ano, de 5,2%.
(Com Reuters)