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Vendas de combustíveis no país caem em 2015, diz sindicato

Vendas de todos os combustíveis no Brasil recuaram pouco mais de 3 por cento em 2015 ante o ano anterior, apesar do forte aumento no consumo de etanol hidratado

Bomba de abastecimento: recuo das vendas das associadas do sindicato no período foi o primeiro pelo menos desde 2005 (Divulgação/Petrobras)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 17h56.

Rio de Janeiro - As vendas de combustíveis no Brasil recuaram 3,4 por cento em 2015, em sua primeira queda ante o ano anterior desde 2005, apesar do forte aumento no consumo de etanol hidratado para volumes históricos, segundo dados publicados nesta terça-feira pelo sindicato das distribuidoras de combustíveis (Sindicom).

O recuo das vendas, registrado entre as associadas do sindicato no período, foi principalmente devido à menor atividade econômica e à queda estimada no consumo das famílias, segundo o diretor de Mercado do Sindicom, César Guimarães.

"Até setembro o resultado do ciclo otto (gasolina, etanol e Gás Natural Veicular) chegou a ficar estável, e de outubro em diante começou a cair... a crise começou a chegar e a gente atribui isso (o resultado do ano) aos indicadores (econômicos)que estão sendo divulgados", afirmou Guimarães à Reuters.

O diretor destacou, entretanto, que nunca houve um volume de vendas de etanol hidratado "tão surpreendente" como em 2015. As vendas do biocombustível registraram o maior volume comercializado desde o início do programa do álcool, com o etanol hidratado mais competitivo frente a gasolina em importantes Estados consumidores na maior parte do ano. As vendas do biocombustível somaram mais de 11 bilhões de litros, alta de 39,2 por cento em relação ao ano anterior.

Na maior parte do ano, os preços do etanol hidratado tiveram uma paridade de preços favorável em relação à gasolina nos principais Estados produtores (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), explicou Guimarães. O diretor do Sindicom ponderou que as vendas do etanol hidratado chegaram a desacelerar no fim do ano, devido à entressafra e aos preços mais altos, mas afirmou que o biocombustível poderá crescer novamente em 2016, dependendo de diversos fatores. O Sindicom não realiza previsões para as vendas de combustíveis.

GASOLINA E DIESEL EM BAIXA

Com o aumento da demanda pelo etanol, as vendas de gasolina sofreram queda de 8,6 por cento em 2015 em relação ao ano anterior. Foi a primeira queda das vendas de gasolina das associadas do Sindicom desde 2009.

Quando somada a comercialização total de gasolina e etanol hidratado, considerando a equivalência energética dos produtos, houve uma redução de 1,7 por cento nas vendas. A queda, explicou o Sindicom, reflete o recuo estimado no consumo das famílias, da ordem de 2 por cento, segundo relatório do Banco Central. Já as vendas de óleo diesel, diretamente impactadas pela atividade econômica de um país, caíram no Brasil 5 por cento em 2015 em relação ao ano anterior, refletindo a menor atividade econômica de acordo com as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2015, explicou o Sindicom.

"Apesar de a produção agropecuária apresentar um pequeno crescimento, a produção industrial e o setor de serviços devem apresentar maiores perdas, conforme relatório divulgado pelo Banco Central, impactando negativamente as vendas de diesel", afirmou o Sindicom na nota publicada nesta terça.

As vendas de diesel das associadas do Sindicom também não recuavam desde 2009.

O óleo combustível também apresentou queda de 19,3 por cento, "devido ao menor acionamento das termoelétricas, em 2015", segundo o Sindicom, enquanto o querosene de aviação (QAV) teve redução de 1,6 por cento, comparado a 2014.

As associadas do Sindicom representam aproximadamente 80 por cento do volume de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil. Os números de vendas de combustíveis em 2015 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera todo o mercado, ainda não foram publicados.

Texto atualizado às 18h55

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O recuo das vendas, registrado entre as associadas do sindicato no período, foi principalmente devido à menor atividade econômica e à queda estimada no consumo das famílias, segundo o diretor de Mercado do Sindicom, César Guimarães.

"Até setembro o resultado do ciclo otto (gasolina, etanol e Gás Natural Veicular) chegou a ficar estável, e de outubro em diante começou a cair... a crise começou a chegar e a gente atribui isso (o resultado do ano) aos indicadores (econômicos)que estão sendo divulgados", afirmou Guimarães à Reuters.

O diretor destacou, entretanto, que nunca houve um volume de vendas de etanol hidratado "tão surpreendente" como em 2015. As vendas do biocombustível registraram o maior volume comercializado desde o início do programa do álcool, com o etanol hidratado mais competitivo frente a gasolina em importantes Estados consumidores na maior parte do ano. As vendas do biocombustível somaram mais de 11 bilhões de litros, alta de 39,2 por cento em relação ao ano anterior.

Na maior parte do ano, os preços do etanol hidratado tiveram uma paridade de preços favorável em relação à gasolina nos principais Estados produtores (São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), explicou Guimarães. O diretor do Sindicom ponderou que as vendas do etanol hidratado chegaram a desacelerar no fim do ano, devido à entressafra e aos preços mais altos, mas afirmou que o biocombustível poderá crescer novamente em 2016, dependendo de diversos fatores. O Sindicom não realiza previsões para as vendas de combustíveis.

GASOLINA E DIESEL EM BAIXA

Com o aumento da demanda pelo etanol, as vendas de gasolina sofreram queda de 8,6 por cento em 2015 em relação ao ano anterior. Foi a primeira queda das vendas de gasolina das associadas do Sindicom desde 2009.

Quando somada a comercialização total de gasolina e etanol hidratado, considerando a equivalência energética dos produtos, houve uma redução de 1,7 por cento nas vendas. A queda, explicou o Sindicom, reflete o recuo estimado no consumo das famílias, da ordem de 2 por cento, segundo relatório do Banco Central. Já as vendas de óleo diesel, diretamente impactadas pela atividade econômica de um país, caíram no Brasil 5 por cento em 2015 em relação ao ano anterior, refletindo a menor atividade econômica de acordo com as projeções do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2015, explicou o Sindicom.

"Apesar de a produção agropecuária apresentar um pequeno crescimento, a produção industrial e o setor de serviços devem apresentar maiores perdas, conforme relatório divulgado pelo Banco Central, impactando negativamente as vendas de diesel", afirmou o Sindicom na nota publicada nesta terça.

As vendas de diesel das associadas do Sindicom também não recuavam desde 2009.

O óleo combustível também apresentou queda de 19,3 por cento, "devido ao menor acionamento das termoelétricas, em 2015", segundo o Sindicom, enquanto o querosene de aviação (QAV) teve redução de 1,6 por cento, comparado a 2014.

As associadas do Sindicom representam aproximadamente 80 por cento do volume de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil. Os números de vendas de combustíveis em 2015 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que considera todo o mercado, ainda não foram publicados.

Texto atualizado às 18h55
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