Economia

Venda de veículos importados cresce 19,7%, diz Abeifa

Em julho, foram comercializados 3.337 unidades das 18 marcas filiadas à entidade, contra 2.788 unidades de junho


	Importados: em julho, foram comercializados 3.337 unidades das 18 marcas filiadas à entidade, contra 2.788 unidades de junho
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Importados: em julho, foram comercializados 3.337 unidades das 18 marcas filiadas à entidade, contra 2.788 unidades de junho (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2016 às 12h22.

São Paulo - A venda de veículos importados no Brasil cresceu 19,7% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira, 8, pela Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).

No mês, foram comercializados 3.337 unidades das 18 marcas filiadas à entidade, contra 2.788 unidades de junho. Na comparação de julho com o mesmo período do ano passado, o setor apresentou queda de 37,1%.

No acumulado do ano até julho, foram vendidas 21.537 unidades. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram vendidos 38.183 veículos das marcas associadas, as vendas de importados registraram queda de 43,6%.

O crescimento em julho não ameniza o fraco desempenho do setor durante o ano, segundo o presidente da Abeifa, José Luiz Gandini. "Reconhecemos que a crise de confiança dos consumidores tem prejudicado a venda de veículos novos", afirma.

Um dos motivos para o fraco desempenho, segundo ele, continua sendo a sobretaxa cobrada pelo governo federal na comercialização de importados no país.

As empresas em países fora do Mercosul que importam veículos para o Brasil são tributadas de duas formas. A primeira diz respeito ao próprio imposto de importação, de 35% sobre o valor do produto.

E a segunda refere-se ao IPI, que também é válido para quem produz no Brasil. Esta segunda, no entanto, adiciona 30 pontos porcentuais para o importador em comparação com a taxa cobrada para a empresa que produz no Brasil.

"Se não estivéssemos contingenciados pelas cotas proporcionais sem os trinta pontos porcentuais do IPI, certamente teríamos recuperado parcela importante das perdas do primeiro semestre", disse Gandini, em nota encaminhada à imprensa antes da coletiva de anúncio do balanço.

Os 30 pontos a mais só são cobrados se as importadoras ultrapassarem uma cota anual de importação. O limite de importação sem a cobrança dos 30 pontos é de 400 unidades mensais, segundo a Abeifa.

"Diante desse cenário, hoje é impossível comercializar no mercado interno produtos importados fora das cotas proporcionais ou acima do teto máximo de 400 unidades mensais. Nossos preços ficam inviáveis diante da concorrência nacional. Com isso, há quatro anos estamos perdendo concessionárias e corremos sério risco de perder ainda mais", afirmou.

Produção local

Considerando apenas os modelos de associadas da Abeifa que são produzidos no Brasil, como unidades da Chery, BMW, Land Rover, Mini e Suzuki, o número de vendas no mês de julho foi de 1.101 unidades, o que corresponde a uma queda de 14,7% em relação ao mês anterior.

Se comparado com julho de 2015, houve uma redução de 79,2% nos resultados. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as cinco associadas tiveram queda de 63% nas vendas sobre 2015.

Participação

Considerando apenas a quantidade de veículos importados, a participação das associadas da Abeifa no mercado interno foi de 1,91%, tanto no mês de julho como no acumulado de 2016. Somando a produção nacional, a parcela foi de 2,54% em julho e de 2,47% no acumulado do ano.

O porcentual de market share dos importados ainda é ínfima, de acordo com o presidente.

"Como está, a tendência é de fechamento de algumas marcas, como já ocorreram em um passado muito recente. Quanto à produção nacional, as nossas associadas ainda estão em fase de crescimento. Por isso, a importância de o governo federal abreviar, o quanto antes, o fim dos 30 pontos percentuais no IPI", argumentou Gandini.

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